Por Goncalo Almeida
LISBOA, 10 Jul (Reuters) - O projecto Ferrovia 2020 para desenvolver a linha férrea em Portugal vai custar ao Estado português cerca de 2.050 milhões de euros, com foco nos troços encostados à fronteira para potenciar a relação económica com Espanha, disse o ministro do planeamento e infrastruturas, Pedro Marques.
"As nossas ligações internacionais, os troços mais próximos da fronteira, são aqueles que estão agora a ser privilegiados, a ser os nossos grandes espaços de investimento", disse Pedro Marques, na sessão de lançamento da modernização da Linha da Beira Alta, na Guarda.
Cerca de 1.143 ME dos 2.050 ME totais investidos no projeto serão oriundos de apoios da União Europeia.
O objetivo principal é, para além da modernização das envelhecidas linhas de circulação, "potenciar a relação económica com Espanha", disse o ministro, numa notícia divulgada pelo site do Governo.
Por serem troços importantes na ligação ao exterior o corredor Sines/Setúbal/Lisboa-Caia, assim como o corredor Leixões-Aveiro e Pampilhosa-Vilar Formoso são priopridades para o Governo.
Até 2030, o ministro espera a circulação de 4 milhões de toneladas por ano e um aumento de capacidade e tráfego para o dobro: dos 14 comboios de 500 metros por dia actuais espera-se um aumento para 25 comboios de 750 metros.
POTENCIAR INTERIOR
O investimento público será "criterioso" e tem um prazo de dois anos e "espera-se que possa trazer mais economia às regiões".
A aposta na modernização da linha da beira baixa é "critica para o desenvolvimento desta parte do interior de Portugal". Os investimentos mais significativos ocorrem todos no interior do país "devido à sua proximidade com as fronteiras" e às linhas envelhecidas e degradadas.
"Acreditamos que o que muitos chamam de Interior é apenas o espaço mais próximo de Espanha e tem um potencial económico enorme", afirmou.
A partir da Covilhã, no âmbito da requalificação da linha da beira baixa, vão existir comboios diretos para Espanha nos dois sentidos, sendo um troços fulcrais para potenciar a relação económica com Espanha e "uma abertura para o resto da Europa".
A primeira renovação já foi efetuada na via da linha da beira alta com a renovação do sete quilómetros de troço degradado que custou 5,6 ME.
(Por Gonçalo Almeida Editado por Sérgio Gonçalves)