Por Goncalo Almeida
LISBOA, 29 Jul (Reuters) - O BPI (LS:BBPI) BBPI.LS , detido pelo banco espanhol CaixaBank CABK.MC , viu o seu lucro cair 63% em termos homólogos para os 134,5 milhões de euros (ME) no primeiro semestre deste ano, penalizado pela ausência de ganhos extraordinários que ocorreram no ano anterior.
O banco liderado por Pablo Forero disse, em comunicado, que a queda de dois dígitos do lucro "é muito influenciada por impactos positivos extraordinários registados no primeiro semestre de 2018 (+118 ME, essencialmente com a venda de participações) e que não se repetiram em 2019".
No primeiro semestre de 2018 o BPI beneficiou de duas vendas que impulsionaram os números do banco na altura: a venda da participação na Viacer e a venda da área de gestão de activos ao CaixaBank.
Adiantou que, a impactar esta queda do lucro, esteve também "a alteração da classificação contabilística do Banco de Fomento Angola (BFA) no final de 2018, pelo que o resultado consolidado passa a reflectir apenas os dividendos do BFA".
A contribuição do BFA para o lucro consolidado de Janeiro até Junho de 2019 ascendeu a 38,1 ME. Quanto à participação financeira do BPI em Moçambique, o BCI gerou um contributo positivo de 9,5 ME neste período.
O lucro líquido recorrente da actividade em Portugal alcançou os 86,9 ME, uma queda homóloga de 17%, "explicada por imparidades de 11 ME em fundos de recuperação e redução em 5 ME dos lucros em operações financeiras e outros proveitos", explicou o banco.
Nos primeiros seis meses deste ano, a margem financeira registou um crescimento homólogo de 3,7% para 214,8 ME e as receitas de comissões líquidas desceram 7,4 ME para 127,2 ME, "uma vez que já não beneficiam do contributo dos negócios de cartões, acquiring e banca de investimento alienados em 2018".
O BPI registou um rácio de 'non-performing exposures' de 3,3% em Junho de 2019, face a 3,5% em Dezembro de 2018.
Acrescentou que no primeiro semestre conseguiu reversões de imparidades de crédito de 4,9 ME e a recuperação de 5,9 ME de créditos anteriormente abatidos ao activo.
O rácio de CET1 (fully loaded) ascendeu a 13,4% e o rácio total (fully loaded) situa-se nos 15,2%. O rácio de 'leverage' situa-se nos 7,3%.
(Por Gonçalo Almeida Editado por Catarina Demony)