LISBOA, 2 Mai (Reuters) - O lucro líquido ajustado da Galp Energia GALP.LS caiu 13 pct para 99 milhões de euros (ME) no primeiro trimestre de 2017, abaixo do previsto, apesar do aumento do forte aumento do EBITDA, pois foi penalizado pelo 'mark-to market' de derivados e pelo aumento de impostos, anunciou a empresa.
Adiantou que, entre Outubro e Dezembro de 2015, o EBITDA - lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização - também ajustado subiu 43 pct para 419 ME, "tendo o desempenho dos negócios de R&D e E&P compensado a menor contribuição do negócio de G&P".
A média de uma Poll de analistas apontava para um lucro ajustado de 131 ME e um EBITDA de 407 ME.
Os números são ajustados para corrigir os efeitos de 'stock' e eventos não-recorrentes (RCA).
"O resultado líquido RCA desceu 15 ME para 99 ME, impactado por uma variação no mark-to-market de derivados de cobertura e pelo aumento em impostos", afirmou a Galp em comunicado.
Explicou que "o aumento nos impostos deveu-se aos maiores resultados no negócio de E&P, a uma reversão em impostos diferidos e a uma provisão de imposto a pagar em Angola".
Acrescentou que "os eventos não recorrentes totalizaram 18 ME, tendo a Contribuição Extraordinária sobre o Sector Energético (CESE) em Portugal impactado os resultados IFRS em cerca de 25 ME".
A Galp adiantou que "o Ebitda RCA do negócio de Exploração & Produção (E&P) foi de 204 ME um aumento homólogo de 155 ME suportado pelo aumento de produção e pelo aumento dos preços de petróleo e gás natural".
O Ebitda RCA do negócio de Refinação & Distribuição (R&D) aumentou, em termos homólogos, 40 ME para os 187 ME, "com a margem de refinação da Galp a aumentar de 4,1 dólares o barril para 5,1 dólares no período, beneficiando de oportunidades no aprovisionamento".
"A atividade de comercialização de produtos petrolíferos foi suportada pela procura nos segmentos de retalho e dos subsegmentos de aviação e bancas marítimas no wholesale", disse a Galp em comunicado.
O Ebitda RCA do negócio de Gas & Power (G&P) desceu, numa comparação homóloga, 68 ME para os 22 ME, "afetado por restrições no aprovisionamento de gás natural e pela desconsolidação da atividade de infraestruturas reguladas".
A dívida líquida manteve-se estável durante o primeiro trimestre de 2017, "apesar do investimento de 203 ME em fundo de maneio durante o período, que se deveu ao aumento temporário dos inventários".
A 31 de março, a dívida líquida situava-se em 1,3 mil ME, considerando o empréstimo à Sinopec como caixa e equivalentes, com o rácio dívida líquida para Ebitda a situar-se nos 1,0 vezes".
(Por Sérgio Gonçalves)