Por Sergio Goncalves
LISBOA, 21 Fev (Reuters) - A Jerónimo Martins JMT.LS fechou 2019 com uma forte performance operacional, que levou o lucro a disparar 19,7% no quarto trimestre e a subir 7,9% no ano, suportado pela polaca Biedronka, apesar da regulamentação da Polónia ter obrigado o fecho de lojas em certos Domingos.
A maior retalhista alimentar da Polónia e número dois em Portugal adiantou que o lucro líquido consolidado atribuível se fixou em 130 milhões de euros (ME) no quarto trimestre e em 433 ME no cômputo do ano.
O CEO Pedro Soares dos Santos, em comunicado, disse que "2019 foi um ano de notável desempenho com todas as companhias a entregarem crescimentos de vendas, resultados e cash flow".
Adiantou que, ao mesmo tempo, reforçou as suas posições competitivas e implementou "vários projectos de transformação que abrirão o caminho a um novo ciclo de crescimento".
"Temos, por isso, razão para olhar com confiança para este 2020...e acreditar que será mais um ano de crescimento rentável e sustentável dos nossos negócios", referiu.
As vendas consolidadas subiram 9,7% para 4.976 ME entre Outubro e Dezembro, tendo as vendas 'like-for-like' (LFL) aumentado 6,9%, sustentando um aumento anual de 7,5% para 18.638 ME com um LFL de 5,3%.
Apesar da regulamentação restringir a abertura de lojas ao Domingo, que ditou "a perda adicional de 13 dias de vendas, cumulativamente aos 21 dias de fecho obrigatório em 2018", a Biedronka teve "um muito significativo crescimento de vendas de 7,9% para 12,6 mil ME (+8,8% em moeda local) e um LFL de 5,8%".
Explicou que o aumento LFL se deveu à contínua melhoria da oferta e da experiência de compra, bem como a força do posicionamento de preço, assente na combinação de 'Every Day Low Price' com atractivas promoções. A inflação no seu cabaz, de cerca de 2,5% no ano, contribuiu também para este desempenho.
"A Biedronka entregou um forte aumento de vendas e resultados, mantendo o ritmo de inovação e a melhoria contínua da operação, nomeadamente através do reforço de testes de novas soluções tecnológicas", afirmou Pedro Soares dos Santos.
Na Polónia, "o consumo manteve-se em níveis saudáveis, impulsionando o trading-up no cabaz alimentar", tendo a inflação alimentar no país atingiu 4,9% no ano.
Em Portugal, o Pingo Doce cresceu as vendas em 2,9% para 3,9 mil ME e as vendas do 'cash & carry' Recheio aumentaram 2,7% para 1.007 ME.
Na Colômbia, as vendas da ARA aumentaram 37,9% em moeda local e subiram 30,8% em euros para 784 ME, enquanto as vendas da Hebe cresceram 24,9% para 259 ME.
O EBITDA do Grupo subiu 8,9% para 1.045 ME em 2019 e a taxas de câmbio cresceu 9,3%, tendo o da Biedronka crescido 7,9% para 918 ME. A margem EBITDA consolidada subiu 10 basis points (bp) para 5,6%, a da Biedronka manteve-se em 7,3% e a do Pingo Doce aumentou 20 bp para 5,1%.
Em 2019, o investimento cifrou-se em 678 ME, dos quais 32% foram alocados à expansão e o restante a projectos de remodelação e manutenção das operações de lojas e armazéns.
A Biedronka investiu 388 ME, que abrangeu a abertura de 128 novas lojas, 252 remodelações e a normal manutenção da operação.
A insígnia terminou o ano com uma rede de 3.002 localizações, cerca de 50% das quais abertas ou remodeladas nos últimos cinco anos.
O programa de capex para 2020 estima-se em 700-750 ME, incluindo uma expansão com mais de 100 localizações líquidas na Biedronka, cerca de 50 à Hebe e cerca de 130 à Ara.
O cash flow gerado em 2019 atingiu 494 ME, um aumento de 359 ME em relação a 2018. A posição líquida de caixa, excluindo as locações operacionais capitalizadas, foi de 192 ME.
A solidez do balanço do Grupo, em conjunto com a capacidade de geração de caixa, garante a flexibilidade para seguir oportunidades de crescimento não-orgânico", disse a empresa.
Adiantou que também garante "um parque de lojas com qualidade e dotado de soluções inovadoras e eficientes como fonte de vantagem competitiva".
(Por Sérgio Gonçalves)