Investing.com - Em dia de "maré vermelha" a dominar praticamente toda a Europa e no rescaldo das declarações do secretário de Estado norte-americano sobre a Síria, a bolsa de Lisboa iniciou a jornada em queda.
O apetite dos investidores europeus está condicionado perante os receios de instabilidade na maior economia do mundo e de uma possível intervenção armada em Damasco. Isto depois de John Kerry ter garantido não ter dúvidas sobre a utilização de armas químicas na Síria na semana passada.
Na sequência das quebras registadas esta segunda-feira, o PSI20 perdia hoje 0,56% para os 5.943,74 pontos, com seis cotadas em alta e 14 em baixa.
A Portugal Telecom, que brilhou ao longo da sessão desta segunda-feira, penalizava fortemente a praça lisboeta com um tombo de 2% para os 2,846 euros. Mas não era caso único porque a Zon Multimédia acompanhava a tendência, a regredir 1,18% para os 4,18 euros por ação. Os títulos da Sonaecom também cediam 0,44% para os 1,81 euros, depois da Autoridade da Concorrência ter aprovado a proposta de fusão entre a Zon Multimédia e a Optimus.
A Galp também não conseguiu escapar à pressão vendedora, e castigava o mercado nacional com uma queda de 0,74% para os 12,725 euros. O "vermelho" era aliás a cor dominante no setor energético com a EDP a recuar 0,67% para os 2,672 euros e a subsidiária EDP Renováveis a desvalorizar 0,63% para cotar nos 3,77 euros por ação.
A pressão vendedora também se fazia sentir sobre os papéis do BES, que regredia 2,94% para os 0,858 euros por ação. No restante do setor bancário as quebras eram também visíveis entre o BCP e BPI, a ceder 1,98% e 1,82% para os 0,099 euros e 0,973 euros respetivamente. Os títulos do Banif mantinham-se inalterados nos 0,012 euros enquanto as ações do ESFG se destacavam pela positiva ao somar 0,38% para os 5,26 euros.
O peso pesado Jerónimo Martins contribuía igualmente para as perdas no mercado nacional. As ações da dona dos supermercados Pingo Doce depreciavam 1,43% para os 15,2 euros.
A Mota-Engil, que deverá apresentar esta quarta-feira os resultados referentes ao primeiro semestre do ano, marcava a diferença com uma subida de 0,26% para os 2,68 euros. Ontem a empresa anunciou que ganhou projetos no valor de 400 milhões de euros na América Latina.
As incertezas face ao programa de estímulos da Reserva Federal dos Estados Unidos pressionam, a par da questão Síria, as praças de referência do velho continente. Uma vez mais o índice Eurostoxx estava a recuar 1,27% para os 2.785,75 pontos. A bolsa de Londres, que ontem esteve encerrada, refletia as perdas das congéneres ao ceder 0,12%. Cenário idêntico em Paris, com o CAC a desvalorizar 0,21%, no dia em que se conhecem números sobre o mercado de trabalho referentes ao mês de julho.
O DAX alemão regredia 0,31% e o IBEX madrileno 0,28%. Por Itália, o MIB, que ontem se destacou pela negativa perante o cenário de crise política no país, estava hoje em alta de 0,35%. O Tesouro italiano realiza esta terça-feira uma emissão de de dívida.
A divulgação do índice do índice IFO sobre o sentimento dos empresários alemães poderá aliviar a pressão vendedora entre as praças de referência do velho continente. Até porque uma leitura positiva será um sinal adicional de que a zona euro está a sair efetivamente da recessão.