LISBOA, 8 Mai (Reuters) - O Millennium bcp BCP.LS teve um lucro acima do previsto de 50,1 milhões de euros (ME) no primeiro trimestre de 2017, contra o lucro de 46,7 ME no período homólogo, pressionado por fortes imparidades, apesar da subida da margem financeira, anunciou o maior banco privado português.
"O resultado do primeiro trimestre (de 2017) beneficiou da expansão contínua do resultado core, que se cifrou em 254,8 ME, um crescimento de 20 pct face ao primeiro trimestre do ano anterior", disse o Chief Executive Officer (CEO) Nuno Amado.
"Aumentámos as imparidades, reforçámos o Balanço. (Houve) uma evolução favorável do negócio em Portugal, com especial destaque para a captação de clientes", adiantou.
A penalizar os resultados, as imparidades dispararam 27,7 pct em termos homólogos para 203,2 ME nos três meses de 2017 - as imparidades de crédito diminuiram 7,3 pct para 148,9 ME, mas as outras imparidades a subirem 253,9 pct para 54,3 ME.
Contudo, a margem financeira - diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e pagos nos depósitos - teve um aumento homólogo de 13,7 pct para 332,3 ME no primeiro trimestre de 2017.
A margem financeira beneficiou do impacto positivo do pagamento da caríssima ajuda (Coco's) ao Estado, concluído em Fevereiro de 2017, mas também da continuação do 'repricing' da carteira de depósitos a prazo.
Nos três meses de 2017, as comissões caíram 1,9 pct para 160,8 ME.
Afirmou que os custos cairam 2 pct e o 'cost to core income' - margem financeira+comissões/custos operacionais - desceu para 48,3 pct no final de Março de 2017 contra 53,3 pct, frisando o CEO: "somos dos bancos mais eficientes da zona euro".
O ROE situou-se em 4,1 pct.
O CEO realçou que o reforço do capital no início de fevereiro, permitiu o reembolso total dos CoCos e elevou o rácio 'common equity CET1 fully implemented para 11,2 pct e 13,0 pct em base phased-in, que são níveis "adequados".
O CEO destacou a "continuação da redução dos NPEs e dos NPLs em Portugal, com um aumento da cobertura total, incluindo garantias, para 100 pct".
Os NPEs em Portugal desceramm para 8,3 mil ME em 31 de março de 2017, "com ritmo muito elevado de redução desde 2013: média de 1,4 mil ME por ano.
Houve uma descida dos NPLs a mais de 90 dias para 4,8 mil ME em 31 de março de 2017, "com redução significativa das entradas líquidas para 21 ME no primeiro trimestre de 2017".
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Daniel Alvarenga)