Por Sergio Goncalves
LISBOA, 27 Out (Reuters) - O CEO do maior banco privado de Portugal, Millennium bcp BCP.LS disse na terça-feira que está confiante que o banco não iria necessitar de mais capital para lidar com as consequências da pandemia do coronavírus.
As autoridades portuguesas disseram em Março que os clientes do banco poderiam suspender os reembolsos dos empréstimos, numa acção destinada a aliviar a pressão sobre empresas e indivíduos durante a pandemia. A moratória foi prorrogada até Setembro de 2021.
"Vai haver seguramente um aumento de imparidades, mas estou absolutamente convencido que o Millennium bcp não necessitará de nenhum aumento de capital para lidar com os desafios que tem pela frente", disse o CEO do Millennium bcp, Miguel Maya, numa conferência bancária.
"Afasto esse cenário liminarmente", disse.
O Millennium bcp anunciou em Julho uma queda de 55,3% no lucro líquido do primeiro semestre para 76 milhões de euros (89 milhões de dólares), tendo as provisões e imparidades aumentado 44,5% para cerca de 351 milhões de euros após provisões dispendiosas para compensar o impacto económico do surto do coronavírus.
O banco aprovou mais de 123.000 moratórias sobre o reembolso de empréstimos bancários para apoiar as famílias e empresas atingidas pela pandemia.
Mas o seu rácio common equity Tier 1 fully implemented (CET1) foi de 12,1%, confortavelmente acima dos 8,8% exigidos.
Maya reconheceu que a crise está a acelerar as fusões bancárias em toda a Europa, mas rejeitou a ideia de que isso poderia estar nas cartas para o Millennium bcp.
"Ao contrário do passado, a minha principal preocupação não é a dimensão, é a qualidade do serviço ao cliente, é a automação, é a criação de condições para poder ser competitivo", disse ele.
A indústria bancária portuguesa é altamente concentrada, sendo os cinco maiores bancos responsáveis por mais de 80% do volume de crédito e depósitos.
O Millennium também opera na Polónia, Angola e Moçambique.
Texto integral em inglês: (Por Sergio Goncalves; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)