Por Goncalo Almeida
LISBOA, 27 Jun (Reuters) - O Ministro do Ambiente João Pedro Matos Fernandes disse que o furo de prospeção de petróleo, em Aljezur, é importante para Portugal saber de forma clara a sua capacidade petrolífera, tendo em conta a ainda dependêcia do país por petróleo, apesar das metas de neutralidade estabelecidas para 2050.
"Portugal vai ter que continuar a usar petróleo, tendo em conta que está presente até nos microfones para que estamos a falar, e acho que o país tem que se questionar se quer continuar a ser dependente ou não, do exterior", disse o ministro, na comissão do ambiente, ordenamento, descentralização, poder local e habitação.
Defendeu que a prospeção em Aljezur foi autorizada pela APA-Agência Portuguesa do Ambiente à luz da lei, que diz que não é necessário um estudo ambiental numa fase de prospeção.
Contudo, acrescentou que, "caso seja encontrado a presença de petróleo e passarmos à fase de exploração será obrigatório um estudo, que até pode deitar por terra todo este investimento inicial".
"A prospeção em Aljezur é importante porque irá permitir ao país saber das suas capacidades e depois o que temos que discutir é se queremos ou não usar petróleo e como o queremos gerir", acrescentou.
Assegurou que foram avaliados os riscos ambientais do furo para a fauna e para a flora. "O ciclo marinho mais próximo deste furo, na costa vicentina, está a cerca de 25 quilómetros de distância", disse.
Segundo a APA este programa de perfuração "foi desenhado para as condições do local verificadas e estimadas", acrescentando que "ocorre num período de tempo restrito e a prospeção é limitada no espaço". Ministro adiantou que Portugal estaria a caminhar para cumprir com as metas de neutralidade de carbono para 2050 e que "em 2030 o país precisa de reduzir em 40 pct o uso de carbono, para que possa até ultrapassar as metas propostas para 2050", disse.
(Por Gonçalo Almeida Editado por Sérgio Gonçalves)