Por Andrew MacAskill
LONDRES, 25 Jun (Reuters) - O governo britânico e líderes empresariais entraram em confronto sobre o Brexit no domingo, depois de um ministro acusar as empresas de emitirem ameaças "completamente inadequadas" e minar a primeira-ministra.
A fabricante de aeronaves Airbus AIR.PA publicou na semana passada o seu alerta mais contundente sobre o impacto da saída do Reino Unido da União Europeia, dizendo que uma retirada sem acordo forçaria a empresa a reconsiderar a sua posição histórica, colocando milhares de empregos britânicos em risco.
Outras empresas europeias com grandes operações no Reino Unido também começaram a falar após dois anos do plebiscito para deixar a União Europeia, expressando preocupações com uma falta de clareza sobre os termos de comércio quando o Reino Unido deixar o bloco em março.
"É completamente inapropriado que as empresas façam este tipo de ameaça por uma razão muito simples – estamos num momento absolutamente crítico nas discussões do Brexit e isso significa que temos que apoiar (a primeira-ministra) Theresa May", disse o ministro da Saúde, Jeremy Hunt, à BBC.
"Quanto mais minarmos Theresa May, maior é a probabilidade de que terminemos com um acordo inadequado, o que será um desastre total para todos", ele acrescentou.
A fabricante alemã BMW BMWG.DE alertou que a companhia teria que realizar planos de contingência em alguns meses se o governo não esclarecer logo a sua posição pós-Brexit e o grupo industrial alemão Siemens SIEGn.DE disse que precisa urgentemente de clareza sobre como as suas operações têm de ser organizadas.
Os líderes de cinco grandes grupos de lobby de negócios também alertaram a primeira-ministra no fim de semana que a actual incerteza sobre o Brexit poderia custar à economia milhares de milhões de libras.
(Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)