LISBOA, 10 Jul (Reuters) - A injecção de capital no Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) MPIO.LS , pela casa-mãe, é positiva para o banco, que continua contudo com elevados níveis de 'non-performing assets' e baixas almofadas para absorver um rápido reconhecimento de imparidades, segundo a agência notação Moody's.
"A transação é 'credit positive' para os credores do Montepio, já que reforça a capacidade de absorção de perdas do banco, perante desafios muito significativos da qualidade dos activos", disse María Viñuela, analista da Moody's, num 'issuer comment'.
O Montepio está focado em reduzir o seu elevado 'stock' de activos problemáticos. A 30 de Julho, a Montepio Geral Associação Mutualista (MGAM) anunciou o aumento do capital da subsidiária CEMG em 250 milhões de euros e reforçou o 'Commom Equity Tier 1' (CET1) 'phased in' em 196 basis points (bp) para 12,1 pct, um dos mais altos dos bancos portugueses. aumento de capital vai também ajudar o Montepio a diminuir a diferença entre os seus rácios de capital e os dos pares domésticos", cuja média se fixou nos 12 pct no final de Março de 2017, indicou a Moody's.
Apesar disto, a capacidade de absorção de risco do Montepio permanece fraca, medida pelo rácio de 'non performing assets', crédito malparado mais activos imobiliários, sobre almofadas de balanço, capital dos accionistas, researvas para malparado e reservas de imobiliário, que estimamos em cerca de 141 pct no final de Março de 2017.
A CEMG tem métricas de qualidade de activos "muito baixas" e reduzidas almofadas no balanço, segundo a agência de notação.
A instituição financeira beneficiou em várias ocasiões durante a crise do apoio da casa-mãe, MGAM, que aprovou e subscreveu vários aumentos de capital. Tal permitiu cumprir as exigências regulatórias mínimas e, assim, evitar pedir apoio do sector público, como outros pares domésticos.
"Acreditamos que uma redução significativa do 'stock' de 'non performing assets' será apenas atingida através de um 'spin off' de alguns destes activos através de uma solução tipo 'banco mau' ou através de uma estratégia muito activa de alienações", referiu a analista da Moody's.
"Os baixos níveis de cobertura do banco, tornam difícil acelerar a venda de 'non performing assets' sem 'haircuts' adicionais", vincou María Viñuela. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Patrícia Vicente Rua)