(Acrescenta citações CEO)
Por Sergio Goncalves
LISBOA, 21 Fev (Reuters) - A polaca Biedronka, o grande motor do grupo Jerónimo Martins (JM) JMT.LS , vai ter de reforçar ainda mais o seu balanço em 2020, já que está prestes a expandir-se para a Roménia, o que pode acontecer até já este ano ou no próximo, disse o CEO da JM.
Na conferencia de imprensa de apresentação de resultados, Pedro Soares dos Santos referiu que o grupo vais traçar um novo plano estratégico para entre 2020 e 2025 "e a Roménia vai estar (nesse plano), de certeza".
O Chief Executive Officer (CEO) adiantou que, assim, a Biedronka - o grande motor do crescimento do grupo - vai fazer um reforço do seu balanço em 2020 "pois está a chegar o momento para ir além fronteiras".
"Se é este ano ou no próximo, não sei", disse Pedro Soares dos Santos.
Adantou que a Biedronka "vai continuar os crescimentos e a rentabilidade de uma forma muito sustentável" e vê a margem EBITDA a continuar estabilizada nos 7,3% em que se fixou em 2019 e 2018.
ACOMODA REGRAS ADVERSAS
Explicou que a Biedronka já se adaptou à regulamentação que impõe o fecho de lojas em certos domingos, não sendo uma questão para a líder do retalho alimentar na Polónia, disse Pedro Soares dos Santos, chairman e CEO da JM.
A Jerónimo Martins fechou 2019 com uma forte performance operacional, que levou o lucro a disparar 19,7% no quarto trimestre e a subir 7,9% no ano, suportado pela Biedronka, apesar de ter sido obrigada a encerrar lojas em 13 domingos.
O Chief Executive Officer (CEO) Pedro Soares dos Santos disse "nós - Biedronka - e o mercado já se adaptou" a essa regulamentação. "Para nós já não é notícia, já não é uma questão ... o que tínhamos a ganhar, já ganhámos; o que tínhamos a perder, já perdemos", disse aos jornalistas.
As vendas consolidadas subiram 9,7% para 4.976 ME entre Outubro e Dezembro, tendo as vendas 'like-for-like' (LFL) aumentado 6,9%, sustentando um aumento anual de 7,5% para 18.638 ME com um LFL de 5,3%.
A Biedronka teve "um muito significativo crescimento" de vendas de 7,9% para 12,6 mil ME (+8,8% em moeda local) e um LFL de 5,8%.
Pedro Soares dos Santos afirmou que o grupo também terá de acomodar a eventual introdução de um imposto de retalho, que permanece em espera, mas que analistas admitem pode ser implementada em julho deste ano, se não for adiada novamente.
Segundo o esquema previsto, as retalhistas com uma receita mensal superior a 170 milhões de zlotys serão tributados mais fortemente do que os rivais menores.
"A companhia (Biedronka) vai ter de acomodar (caso se confirme essa tributação)...mas, nas base de uma inflação alimentar actual (cerca de 4,6%-4,7%) é mais fácil acomodar", concluiu o CEO.
Em 2019, o investimento do grupo cifrou-se em 678 ME, tendo a Biedronka absorvido 388 ME, ou seja 57% daquele valor total.
"A Biedronka continua a ser o nosso 'main target' (de investimento) e será por muitos anos (pois) representará mais de 50%", afirmou Pedro Soares dos Santos.
O programa de capex para 2020 estima-se em 700-750 ME, incluindo uma expansão com mais de 100 localizações líquidas na Biedronka, cerca de 50 à Hebe e cerca de 130 à Ara.
(Por Sérgio Gonçalves Editado por Andrei Khalip e Catarina demony)