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Por Sergio Goncalves
LISBOA, 2 Mai (Reuters) - O lucro líquido consolidado do operador postal CTT CTT.LS teve uma queda homóloga de 48,2 pct para 5,4 milhões de euros (ME) no primeiro trimestre de 2018, com o tráfego de correio endereçado a cair 9,1 pct, mais do que o intervalo de queda entre 5 e 6 pct estimado anteriormente pela empresa, anunciaram os CTT.
Adiantou que o EBITDA-lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações reportado desceu 26 pct para 18,4 ME. O EBITDA recorrente fechou em 22,7 ME, ou seja 18,9 pct inferior ao do primeiro trimestre de 2017, "com uma margem EBITDA de 12,8 pct.
Afirmou que esta queda de 5,3 ME do EBITDA recorrente "é justificada maioritariamente por: menos dois dias úteis que implica um impacto de comparabilidade negativo de rendimentos no Correio; impacto do aumento de preços de 2018 - maior do que o de 2017 - não se faz sentir ainda no primeiro trimestre de 2018; e Serviços Financeiros -4,4 ME".
As amortizações, depreciações, provisões e imparidades aumentaram 20,1 pct para 8,8 ME. O EBIT caiu 45,2 pct para 9,6 ME.
Comparando com o período homólogo, os rendimentos operacionais mantiveram-se estáveis nos 176,9 ME entre Janeiro e Março de 2018 - "resultado do crescimento das áreas de negócio Expresso e Encomendas, que inclui a incorporação da Transporta, e o Banco CTT, que compensaram o decréscimo verificado nas áreas de Correio e Serviços Financeiros".
Os CTT explicaram que que o tráfego de correio endereçado caiu 9,1 pct, "uma quebra superior ao limite máximo esperado (-5 pct a -6 pct).
"Esta evolução foi influenciada negativamente pela existência de menos 2 dias úteis do que no primeiro trimestre de 2017. Sem este efeito a quebra do tráfego ter-se-ia situado nos 6,1 pct, perto do intervalo estimado", afirmou a empresa em comunicado.
Os analistas do Caixa Banco de Investimento estimavam um lucro de 10,2 ME no primeiro trimestre de 2018 e um EBITDA de 23,8 ME.
Os rendimentos de correio caíram apenas 0,8 pct, "apesar da quebra do tráfego de correio endereçado, atenuada pela evolução positiva do mix de produtos - crescimento do tráfego do correio internacional de chegada - e pelo aumento médio do preço".
Os rendimentos de Expresso e encomendas, "com o melhor ritmo de crescimento desde a privatização, cresceram 21,8 pct no primeiro trimestre de 2018, ou 10,8 pct sem o efeito da incorporação da Transporta.
Nos Serviços Financeiros, os rendimentos descresceram 37 pct "impactados pela diminuição da colocação de um dos seus produtos de dívida pública, que foi substituído em Outubro passado por outro rendimento inferior - 2,25 pct versus 1,38 pct".
Adiantou que o "Banco CTT com sólida performance operacional, atingindo mais de 300 mil clientes e 255 mil contas de depósitos à ordem, através da sua presença em 211 lojas".
O Plano de Transformação Operacional arrancou no primeiro trimestre de 2018 e "está a superar as projeções iniciais, tendo já contribuído positivamente para a estrutura da despesa".
Os gastos operacionais recorrentes são positivamente impactados no Correio e Outros (-0,15 pct), que representam 66,4 pct de todos os gastos, e nos Serviços Financeiros (-17,3 pct), em resultado do decréscimo de actividade".
(Por Sérgio Gonçalves)