(Acrescenta citações do Investor Relations da Impresa)
Por Daniel Alvarenga
LISBOA, 20 Abr (Reuters) - A futura emissão pela Impresa IMPA.LS de até 50 milhões de euros (ME) de obrigações será usada para refinanciar a dívida e não ameaça o objectivo de a reduzir, não estando relacionada com a compra de acções próprias, que visa sinalizar ao mercado que a cotação é baixa, disse o Investor Relations José Freire.
Os accionistas da dona da SIC, Expresso e da revista Visão aprovaram ontem, em Assembleia Geral, a emissão de até 50 ME de obrigações até 5 anos e também a aquisição de acções próprias até ao limite de 2 pct do capital social.
"As duas operações não têm a ver uma com a outra. A compra de acções, ao preço actual, não chegaria aos 3 milhões de acções. O preço das acções está baixo e, de acordo com o Conselho de Administração, esta iniciativa dá um sinal ao mercado para mostrar isso mesmo", disse José Freire, Investor Relations da Impresa, em declarações à Reuters.
Os accionistas conferiram também poderes ao Conselho de Administração para a emissão, através de subscrição particular, de até 50 ME obrigações pelo prazo máximo de até 5 anos.
"Esta emissão é para refinanciar dívida, nao impede reduzir o total da dívida", frisou José Freire.
No ano passsado, a dívida remunerada líquida da Impresa aumentou 4,4 ME para 183,2 ME ou quase 12 vezes o EBITDA reportado em 2016.
Em 2016, o lucro da Impresa caiu 31,5 pct para 2,8 milhões de euros, com um tombo das receitas de televisão e 'publishing', apesar do forte corte dos custos. A empresa de media afirmou que quer cortar a dívida, reduzir ou repensar áreas 'não-core' e visar novos negócios. Impresa elaborou um plano estratégico para o triénio 2017-2019, visando diminuir a dívida remunerada e aumentar o EBITDA, com o objetivo de alcançar até 2019 um rácio de dívida/EBITDA no máximo de quatro vezes.
Ambiciona ainda concentrar em negócios e marcas com potencial de crescimento, reduzindo ou repensando as atividades que não tenham um contributo estratégico para o grupo, e simultaneamente encontrar novas oportunidades de investimento, obtendo até ao final do triénio um EBITDA de 1,5 ME em novos negócios. Os títulos da Impresa seguem a cair 0,5 pct para 0,2 euros. (Editado por Sérgio Gonçalves)