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Por Sergio Goncalves
LISBOA, 27 Jul (Reuters) - O lucro líquido consolidado da EDP EDP.LS teve uma queda homóloga de 5 pct para 450 milhões de euros (ME) no primeiro semestre, penalizado sobretudo pelo tempo seco e menor geração hídrica na Ibéria, que contrariaram a boa performance da EDP Renováveis EDPR.LS , mas superou as expectativas.
A EDP-Energias de Portugal(LS:EDP) adiantou que a margem bruta consolidada caiu 3 pct para 2.893 ME no primeiro semestre do corrente ano.
O maior grupo industrial de Portugal EDP, que controla a EDP Renováveis e a EDP-Energias do Brasil ENBR3.SA , anunciou que o EBITDA - Earnings before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization - consolidado desceu, em termos homólogos, 8 pct para 1.902 ME entre Janeiro e Junho de 2017.
A EDP referiu que, "ajustado do ganho não recorrente registado na venda de Pantanal (+61 ME), o EBITDA caiu 5 pct face ao primeiro semetre de 2016".
Explicou que tal acontece pois "os efeitos de expansão de capacidade (+6 pct), apreciação do real brasileiro e dólar face ao euro (+65 ME) e apertado controlo de custos foram mais que compensados pelo efeito de um contexto operacional muito mais severo, marcado por uma baixa produção hídrica e preços spot muito elevados, em particular quando comparado com um primeiro semestre de 2016 muito chuvoso e preços muito baixos".
Uma Poll de seis analistas previa que a EDP tivesse tido uma lucro em média de 412 ME e um EBITDA de 1.891 ME nos seis meses de 2017.
IBÉRIA PESA
Adiantou que, no mercado Ibérico, o EBITDA caiu 22 pct em termos homólogos, para 868 ME nos seis meses de 2017.
"A escassa hidraulicidade (42 pct abaixo da média de longo prazo), especialmente quando comparada com um primeiro semestre 2016 muito húmido (factor de hidraulicidade 68 pct acima da média histórica)", referiu a EDP.
Acrescentou que, na Ibéria, os preços spot elevados - média de 51 euros/MWh no primeiro semestre de 2017 versus 30 euros/MWh no primeiro semestre 2016 - "traduziram-se na extinção dos ganhos com gestão de energia e numa severa penalização da produção hídrica".
A empresa já tinha divulgado que a electricidade distribuída na Península Ibérica tinha subido 0,4 pct no primeiro semestre de 2017, tendo aumentado 0,7 pct em Portugal, "reflectindo um aumento na procura durante no trimestre".
A subsidiária EDP Renováveis EDPR.LS anunciou anteontem que o lucro líquido consolidado teve uma forte subida de 128 pct para 134 ME no primeiro semestre de 2017, com o EBITDA a subir 11 pct para 719 ME, suportado pela maior produção com o crescimento da capacidade.
Hoje, a EDP Energias do Brasil reportou um lucro líquido de 142 milhões de reais (MR) no segundo trimestre de 2017, subindo 45,1 por cento em relação ao homólogo. O lucro líquido desta subsidiária brasileira no primeiro semestre de 2017 caiu 31 pct para 277 ME, mas o seu lucro ajustado subiu 86 pct para 253 ME.
Os custos operacionais subiram 54 ME para 813 ME nos seis meses de 2017, "suportado pelo efeito cambial (+42 ME) e pela expansão de portfólio (+6 pct em termos médios).
VENDA NATURGAS PARA REDUZIR DÍVIDA
A dívida líquida subiu de 15,9 mil ME em Dezembro de 2016 para 16,9 mil ME em Junho de 2017, "impulsionada pelo pagamento anual de dividendos (+0,9 ME), pelo pagamento IVA não recorrente, a recuperar até ao final de 2017 (+0,3 ME) e pelo pagamento de imposto relativo às securitizações efectuadas durante 2016 (+0,3 ME)".
Num segundo comunicado, a EDP referiu que concluiu a venda da espanhola Naturgas, que resultará "numa redução de cerca de 2,3 mil milhões da dívida líquida da EDP no presente ano e numa mais-valia líquida total de cerca de 700 ME - com cerca de 500 ME a ser contabilizados em 2017 e o remanescente nos 5 anos seguintes. (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Daniel Alvarenga)