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Por Sergio Goncalves
LISBOA, 30 Jul (Reuters) - O lucro líquido consolidado ajustado da Galp Energia GALP.LS teve um disparo homólogo de 63 pct para 251 milhões de euros (ME) no segundo trimestre de 2018, com o aumento da produção e dos preços de petróleo, anunciou a empresa, que está optimista quanto à evolução do EBITDA.
Adiantou que, entre Abril e Junho do corrente ano, o EBITDA - lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização - ajustado aumentou, em termos homólogos, 38 pct para 628 ME.
Os números são ajustados para corrigir os efeitos de 'stock' e eventos não-recorrentes (RCA).
"O Ebitda RCA consolidado foi (...) suportado pelo aumento da contribuição do negócio de E&P", disse a Galp em comunicado.
As estimativas de 22 analistas colectadas pela 'oil&gas' previam que o lucro líquido ajustado da Galp Energia tivesse tido uma robusta subida homóloga de 39,7 pct para uma média de 211 ME no segundo trimestre de 2018, enquanto o EBITDA era visto a aumentar 29,6 pct para uma média de 613 ME. termos semestrias, o lucro líquido ajustado (RCA) cresceu 68 pct para 387 ME no primeiro semestre de 2018 e o EBITDA aumentou 28 pct para 1.083 ME.
OPTIMISTA
"Considerando a performance operacional durante o primeiro semestre do ano e o maior preço do petróleo, é agora esperado que o EBITDA do ano de 2018 se situe acima dos 2,1 mil ME", referiu a Galp.
Adiantou que "o guidance de investimento para o ano mantém-se em 1.000 - 1.100 ME, incluindo os bónus de assinatura relativos aos ativos exploratórios adquiridos nas rodadas de licitação no Brasil durante o primeiro semestre".
A 'oil&gas' tem participações em vários blocos de produção de petróleo no pré-sal do Brasil, que vê como principal motor de crescimento e investimento nos próximos anos, e no 'offshore' angolano.
No segundo trimestre, o investimento totalizou 218 ME, dos quais 81 pct foram alocados a actividades de E&P. O investimento desceu 2 pct para 364 ME nos seis meses do ano.
A dívida líquida situava-se nos 1.737 ME no final de junho, com o rácio dívida líquida para Ebitda a situar-se em 0,9 vezes.
E&P SUPORTA
Na Exploração & Produção (E&P), o Ebitda RCA aumentou 240 ME em termos homólogos para 411 ME no segundo trimestre de 2018, "suportado pelo aumento da produção e pela subida dos preços de venda de petróleo e gás natural, apesar da depreciação do dólar face ao euro".
Explicou que a produção média working interest (WI) teve um aumento homólogo de 20 pct para os 108,1 barris de petróleo equivalente por dia (kboepd), "um crescimento suportado pelo desenvolvimento do campo Lula".
Na Refinação e & Distribuição (R&D)o Ebitda RCA diminuiu 57 ME para 174 ME, "devido a efeitos de desfasamento temporal nas fórmulas de pricing na atividade de distribuição resultante do aumento do preço das commodities e de USD:EUR na refinação".
A margem de refinação da Galp foi de 6,1 dólares/boe, "tendo a empresa beneficiado do aumento dos diferenciais dos destilados médios, da otimização de matérias-primas e de fontes energética, bem como das exportações de gasolina para os EUA".
No Gas & Power (G&P), o Ebitda RCA foi de 34 ME, uma redução de 11 ME face ao período homólogo, "impactado pelo menor contributo da atividade de trading de GNL, apesar do incremento dos volumes de trading de rede e dos volumes vendidos a clientes industriais".
Adiantou que, relativamente ao desenvolvimento de E&P na Área 4 em Moçambique, o consórcio submeteu ao governo moçambicano o plano de desenvolvimento para a primeira fase do projeto Rovuma LNG, que irá desenvolver os relevantes campos de Mamba.
A primeira fase do projeto compreenderá dois trains de GNL com capacidade para produzir 7,6 mtpa cada.
"A decisão final de investimento é esperada em 2019 e o início de produção em 2024", referiu.
(Por Sérgio Gonçalves)