Por Sergio Goncalves
LISBOA, 21 Nov (Reuters) - O prejuízo do banco de transição Novo Banco aumentou 8,9 pct para 419,2 milhões de euros (ME) nos nove meses de 2017, penalizado pela queda de 26,9 pct da margem financeira após a forte redução da carteira de crédito, apesar do corte de custos e menores imparidades.
Adiantou que reduziu a sua carteira de crédito em 6,3 pct ou 2,1 mil ME para 32 mil ME entre Janeiro e Setembro de 2017, "com especial incidência na redução de 1,6 mil ME de 'non Performing Loans' (NPLs)" para 10,1 mil ME.
O banco que deixou de ter estatuto de transição a partir de 18 de Outubro, na sequência do fundo norte-americano Lone Star ter comprado 75 pct do seu capital, disse que a margem financeira se fixou em 285,9 ME nos nove meses de 2017 contra 391 ME há um ano atrás.
O produto bancário comercial caiu 13,5 pct para 516,9 ME, influenciado pela descida da margem financeira, apesar das comissões terem subido 12 pct para 231,1 ME.
CORTA CUSTOS
Os custos operativos caíram 12,4 pct para 394,2 ME, "reflexo das melhorias concretizadas ao nível da simplificação dos processos e da optimização das estruturas com a consequente redução de balcões e colaboradores".
O banco reduziu 111 balcões para 475 em Setembro último e diminuiu o quadro de pessoal em 457 colaboradores para 5.675.
A rúbrica 'outros resultados de exploração' teve o contributo positivo da venda de 75 pct do capital da subsidiária NB Ásia, "que originou uma mais-valia de 103,1 ME.
No entanto, as operações relacionados com a venda de créditos internacionais tiveram um contributo de 30,9 ME, o custo com a contribuição para o Fundo Único de Resolução pesou 19,7 ME e para o Fundo de Resolução Nacional teve um peso de 7,8 ME.
Assim, o resultado operacional desceu 4,6 pct para 207,6 ME.
O rácio de crédito vencido sobre o crédito bruto total situou-se em 17,3 pct o rácio de crédito em risco fixou-se em 25,2 pct em Setembro de 2017, sensivelmente os mesmos níveis de há um ano atrás. A cobertura do NPLs non-performing atingiu 51,9 pct.
Os depósitos de clientes aumentaram 5,3 pct para 25.960 ME, evidenciando "a consolidação da relação com os clientes no âmbito da retoma da normalidade operacional e da recuperação do funding".
"Ao nível dos recursos, mantém-se a tendência de recuperação da confiança dos clientes, com um crescimento robusto de 4,9 pct nos depósitos desde o início do ano", afirmou em comunicado.
Os depósitos de clientes representavam 51,4 pct do activo, "continuando a constituir-se como a principal fonte de financiamento da actividade".
MENOS IMPARIDADES
As imparidades e provisões desceram 26,1 pct para 563,2 ME, tendo as relativas a crédito descido 18,3 pct para 347,7 ME, as para títulos caído 24,5 pct para 85,9 ME e as para outros activos e contingências dimuído 41,9 pct para 129,6 ME.
Nestas últimas imparidades e proviões incluem-se 42,5 ME para operações em descontinuação e 39,3 ME de provisões para reestruturação.
O banco terminou o terceiro trimestre com um rácio de capital 'common equity Tier 1' (CET1) de 10,9 pct e total capital de 11,1 pct, que 'fully implemented' seria de 9,7 pct e 10,1 pct respetivamente.
Em 4 de outubro, o banco realizou com sucesso uma operação de Liability Management Exercise (LME) sem diluição de capital, "que permitiu um acréscimo de capital 'upfront' estimado de 217 ME".
Lembrou que depois, em 18 de outubro, a Lone Star fez um aumento de capital de 750 ME, "que será reforçado em mais 250 ME até ao final do ano, o que reforça significativamente o capital".
(Por Sérgio Gonçalves)