LISBOA, 28 Jul (Reuters) - O Novo Banco, cujo processo de venda ao fundo dos EUA Lone Star está numa fase decisiva, teve um prejuízo de 290,3 milhões de euros (ME) no primeiro semestre de 2017, uma redução de 20 pct face ao período homólogo, mas ainda pressionado por elevados níveis de provisões para crédito malparado e actividades descontinuadas, anunciou o banco.
A margem financeira, diferença entre juros cobrados nos empréstimos e pagos nos depósitos, desceu para 211 ME, de 262 ME no período homólogo.
O Novo Banco lançou esta semana um LME-'liability management exercise' que consiste na oferta de aquisição de dívida sénior, oferecendo 'cash' a "preços de mercado" pela recompra de obrigações, que visa reforçar os capitais em pelo menos 500 ME e finalizar o processo de venda à Lone Star.
A operação é uma condição para o Fundo de Resolução concluir a venda de 75 pct do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star.
As provisões recuaram 28 pct para 413 ME. O banco explicou que constituiu provisões de 39,1 ME para reestruturação e de 40 ME para actividades em descontinuação, enquanto as imparidades de crédito se fixaram nos 258 ME.
Em termos de almofadas de capital, o rácio de capital Common Equity Tier 1 caiu para 10,8 pct em Junho, de 12 pct em Dezembro e no fim de Junho do ano passado.
Os custos operativos desceram 13 pct para 265,2 ME. O crédito a clientes desceu 1.300 ME para 32.200 ME "no âmbito do processo de desalavancagem em curso".
Os depósitos de clientes cresceram em termos homólogos para 25.381 ME, de 25.061 ME há um ano.
O rácio de crédito vencido há mais de 90 dias agravou para 17,7 pct, de 15,7 pct.
Em comunicado divulgado no site da CMVM, o Novo Banco adiantou que o produto bancário desceu 2,2 pct para 436,6 ME.
"O desempenho do resultado financeiro foi influenciado pelo facto de as taxas de juro de referência continuarem em terreno negativo, pelo elevado custo dos passivos titulados e pela necessidade de estabilizar o financiamento da atividade através dos recursos de clientes", explicou o banco.
O número de trabalhadores desceu para 5.706, de 6.325 há um ano, tendo a rede de balcões caído para 475, de 606. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)