LISBOA, 25 Mar (Reuters) - Portugal teve um excedente orçamental de 0,2% do PIB em 2019, o primeiro em 45 anos de democracia, beneficiando do crescimento mais forte no quarto trimestre, segundo o INE.
O Instituto Nacional de Estatística (INE), na notificação do Procedimento de Défices Excessivos ao Eurostat, manteve a previsão de um novo excedente de 0,2% em 2020, apesar do elevado custo orçamental das medidas governamentais para combater a crise do coronavírus.
O Governo previa cortar o défice público para 0,1% do PIB em 2019 contra a sua meta inicial de 0,2% e versus 0,4% em 2018, mas o ministro das Finanças Mário Centeno disse à Reuters em Fevereiro que era possível um excedente dado o crescimento robusto na recta final do ano.
No quarto trimestre de 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal acelerou o ritmo de crescimento em cadeia para 0,7%, face aos 0,3% nos três meses anteriores, tendo a economia crescido 2,2% no conjunto do ano contra 2,6% em 2018.
O Orçamento de Estado estimava um crescimento de 1,9% e um superavit de 0,2% do PIB em 2020, mas foi aprovado em Fevereiro, antes de ter sido imposto o estado de emergência para conter o surto de coronavírus, com restrições aos movimentos das pessoas e o fecho de empresas, que deverão penalizar muito a economia.
O primeiro ministro António Costa alertou ontem no Parlamento que "o impacto desta crise na economia vai ser muito mais profundo e muito mais duradouro" e que não haverá excedente este ano dado o fardo do combate ao novo vírus.
A Universidade Católica prevê que o PIB de Portugal contraia entre 4% e 20% em 2020, devido à crise económica gerada pelo surto de coronavírus. regista 2.362 casos de pessoas infectadas pelo coronavírus e 33 mortes. (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Catarina Demony)