Por Sergio Goncalves
LISBOA, 8 Jul (Reuters) - O Governo português teve 64 investidores a concorrerem ao mega-leilão de 1.400 megawatts (MW) de capacidade de energia solar, registando uma forte procura equivalente a 10.400 MW, prevendo-se que o investimento privado ascenda até 1.000 ME, disse o ministro do Ambiente e Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.
Adiantou que aquela nova potÊncia de 1.400 MW vai significar "um investimento por parte dos investidores de cerca de 800 milhões de euros (ME) a 1.000 ME" na construção e instalação das novas centrais solares.
Este 'auction' é o maior de sempre em qualquer tipo de energia realizado em Portugal e representa quase o dobro da actual capacidade instalada em solar do país, tendo o governo o objectivo de atingir 7.000 MW desta energia renovável até 2030.
"Foi um sucesso. As candidaturas acabaram à meia-noite de ontem e temos 64 entidades a concorrer. Dos 1.400 MW postos a concurso, a procura foi nove vezes superior ou seja mais de 10.000 MW", disse o ministro do Ambiente e Transição Energética.
Adiantou que todos os investidores que já estão a operar em Portugal neste sector energético vieram ao leilão e há muitos estrangeiros.
Explicou que, dos 24 locais para instalação de centrais solares, apenas um ficou deserto de candidaturas, outro teve apenas um candidato e vai haver leilões competitivos nas restantes 22 localizações para se encontrarem os vencedores.
Nestes 22 locais, os leilões competitivos vão fazer-se em função dos descontos à tarifa de produção de electricidade que cada investidor se comprometer a praticar.
Os vencedores, em cada uma das localizações, deverão ser anuciados por volta de 10 de Agosto.
"Nós tinhamos um preço máximo de 45 euros por MWh e esse preço virá por aqui abaixo. Com tanta concorrência, o preço (tarifa de produção de electricidade) virá por aí abaixo e isso significa electricidade produzida a um preço mais baixo, ganhos para todas as empresas e todos os consumidores domésticos", afirmou.
"Há todas as condições para que se confirme o nosso compromisso de chegar a 2030 com 7.000 MW em solar e com 80% de electricidade produzida em Portugal com fontes renováveis", concluiu.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)