Por Steven Scheer
ROMA, 1 Out (Reuters) - O presidente italiano e o banco central alertaram no sábado que a dívida do país deve continuar sustentável, após o governo populista revelar planos para aumentar significativamente o défice no próximo ano.
Na noite de quinta-feira, os partidos governamentais propuseram um défice em 2019 equivalente a 2,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), três vezes a meta do governo anterior.
O anúncio sacudiu os mercados na sexta-feira, provocando uma liquidação de títulos e acções do sector bancário. A notícia ainda gerou confronto com a Comissão Europeia, que monitora e impõe regras fiscais para UE.
O presidente italiano, Sergio Mattarella, dirigindo-se a um grupo no palácio presidencial que marcou o 70º aniversário da constituição, observou que a lei fundadora do Estado requer "orçamentos equilibrados e sustentabilidade da dívida".
"Isso é para proteger as economias dos nossos cidadãos", afirmou ele.
Um pouco depois, numa conferência na região central da Itália, o presidente do banco central, Ignazio Visco, disse que a dívida do país, a maior entre as grandes economias da UE, equivalente a 131 por cento do PIB, não deve ser elevada.
"Itália precisa favorecer o investimento público e privado e conter e reduzir a dívida pública", afirmou Visco, de acordo com a agência de notícias Ansa. A dívida deve ser "colocada numa trajectória de queda", acrescentou ele.