Lisboa, 11 jun (EFE).- O proprietário da companhia aérea Azul, David Neeleman, venceu a licitação de privatização lançada pelo Governo de Portugal para vender a companhia TAP, no qual concorria com o magnata colombiano-brasileiro Germán Efromovich.
O governo português informou nesta quinta-feira desta decisão depois da reunião do conselho de ministros, que entregará o controle ao consórcio liderado por Neeleman no qual também participa o empresário português Humberto Pedrosa, dono da empresa de transportes Barraqueiro.
A proposta do dono de Azul foi de 354 milhões de euros, quantidade mínima que pode aumentar em função da atividade da companhia durante 2015 e à qual se soma a incorporação à frota de 53 novos aviões.
A operação precisa, no entanto, do sinal verde da Comissão Europeia, já que as regras do bloco impedem que companhias aéreas com sede na UE sejam controladas em mais de 50% por um proprietário não europeu.
Precisamente por este motivo Neeleman se aliou com Pedrosa para criar um consórcio no qual o empresário português representa 50,1%, com a intenção de respeitar a legislação de Bruxelas, que agora deverá se pronunciar.
A oferta perdedora - apresentada por Germán Efromovich, dono da companhia aérea Avianca - a priori não colocava dúvidas neste sentido, porque o magnata tem passaporte polonês.
Se for confirmada a compra, Neeleman adquirirá 66% das ações do grupo TAP, embora 5% desta porcentagem tenha sido reservada aos funcionários.
Além da companhia aérea, a TAP inclui uma empresa especializada em manutenção e engenharia no Brasil e a firma de gestão de carga e bagagens Groundforce.
Segundo a informação fornecida pelo Executivo português na folha de condições original, o Estado manterá em seu poder 34% dos títulos do grupo, embora poderá vendê-lo ao mesmo comprador "durante os dois anos seguintes" à assinatura do contrato, sempre que o vencedor da licitação cumpra todas as condições.
Em 2012 o governo português já tentou esta privatização, mas acabou optando por rejeitar a única oferta apresentada então, a de Efromovich, por um valor que rondava os 340 milhões de euros, devido à falta de garantias.
A TAP transportou no ano passado cerca de 11,4 milhões de passageiros - recorde da companhia - para 88 destinos na África, na Europa e na América, continente este último onde é líder nas conexões entre Brasil e Europa, apesar de ter terminado o exercício fiscal com perdas de 85 milhões de euros.
A companhia aérea, que opera desde 1945, conta com um plantel de mais de 5.000 funcionários e uma frota de 77 aviões.