Por Sergio Goncalves
LISBOA, 12 Mar (Reuters) - Portugal não pode correr o risco de ter uma expansão tão rápida do coronavírus como está a acontecer em Itália e o Partido Social Democrata (PSD) apoiará todas as medidas restritivas que o Governo tome para conter o surto, disse o líder do PSD, maior partido da oposição.
Após uma audiência com o primeiro-ministro António Costa acerca das medidas para conter o novo vírus, como o encerramento de escolas, Rui Rio afirmou que "é um dever do PSD, em termos de interesse nacional, apoiar as medidas restritivas do Governo, mesmo que sejam medidas menos simpáticas".
"Mais vale prevenir do que remediar, mais vale ir um pouco mais além do que aparentemente parece necessário, do que relaxar e depois termos uma situação como a de Itália", disse Rui Rio.
"Em Portugal não pode acontecer o que está a acontecer em Itália. Já podemos aprender com o que aconteceu em Itália".
Portugal só registou 78 casos confirmados de coronavírus, mas o crescente receio de rápido contágio está a levar várias escolas, museus e instituições com atendimento público a encerrarem.
Ontem, o Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou ao Governo fechar escolas, apenas quando se justifique caso a caso, e não um encerramento total a nível nacional.
O primeiro-ministro está a auscultar esta tarde os líderes dos partidos da oposição sobre medidas para conter o coronavírus, para o Conselho de Ministros, ainda hoje, tomar decisões.
Em Portugal há cerca de 2 milhões de estudantes desde o ensino pré-escolar até ao secundário.
Ontem a ministra da Saúde, Marta Temido, alertou os alunos que "escolas fechadas não significam férias escolares" e Rui Rio concorda, referindo que, "se os alunos não têm aulas para não terem convívio na escola, tem de ser arranjar forma de eles não fazerem esse convívio em outro lado".
"Qualquer medida que seja restritiva não é simpática, fechar escolas não é uma medida simpática, mas o Governo pode precisar de apoio em medidas restrititivas e nós temos de ser prudentes".
"Compete ao Governo tomar as decisões e da nossa parte apoiar aquilo que se verifique necessário para o país...podemos passar pelos pingos da chuva? Eu não arriscava", disse Rui Rio.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)