Investing.com - A caminho da última sessão da semana e à medida que tempestade política que se abateu sobre Portugal parece dar pequenos sinais de recuperação, a bolsa de Lisboa iniciou a jornada a valorizar 0,17%.
Esta quinta-feira, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho afirmou que “foi encontrada uma fórmula de manter a estabilidade do Governo” e comprometeu-se a "aprofundar" junto de Paulo Portas "uma forma de garantir as condições necessárias" à estabilidade governativa. Mas para já ainda não há uma saída clara.
Paulo Portas, o ministro dos Negócios Estrangeiros, apresentou esta semana um pedido de demissão, "irrevogável", um dia depois da saída de Vítor Gaspar do ministério das Finanças e da nomeação de Maria Luís Albuquerque para o lugar. Perante a ameaça de um segundo resgate, os investidores foram peremtórios na mensagem deixada a Portugal e a bolsa de Lisboa registou quedas avultadas na quarta-feira.
À medida que a sessão avançava esta manhã, o PSI 20 mantinha-se em terreno positivo, ligeiramente acima da linha de água, a valorizar 0.06% para os 5.434,96 pontos, com dez cotadas em alta, nove em baixa e uma inalterada.
O setor da banca era o que mais pressionava a praça lisboeta, com os títulos do Banif a escorregarem 3.45% para os 0,084 euros por ação. BCP e BPI também desvaloriavam 1.12% e 0.45% para os 0,088 e 0,085 euros respetivamente. O BES era exceção ao valorizar 0.33% para os 0,607 euros.
Os títulos da Cofina eram dos que mais puxavam pela praça lisboeta com uma subida de 4.02% para os 0,414 euros por ação. A Sonae Indústria e a REN também valorizavam 1.89% e 1.2% para os 0,484 euros e 2,19 euros respetivamente.
Depois de estarem sobre forte pressão, as taxas de juro implícitas nas obrigações portuguesas acentuaram o ritmo de queda e recuam mais de 40 pontos base. A taxa com maturidade a 10 anos está agora nos 6,797%. Na prazo de cinco anos, a “yield” da dívida nacional cifra-se nos 6,618%. No prazo a dois anos a descida estabelece-se 4,862%.
A tendência de queda dos juros é também verificável em Espanha, Itália e França. As praças de referência do velho continente, que foram contagiadas pela crise política instalada em Portugal, também dão sinais de recuperação, ainda que ligeira.
O índice Eurostoxx 50 valorizava 0.10% para os 2.649,23 pontos. O Footsie londrino subia 0.27% e o CAC francês 0.07%. O DAX alemão apreciava 0.25% e o MIB italiano 0.15%. O IBEX madrileno registava um queda ligeira de 0.04%.
As declarações de política monetária do Banco de Inglaterra e a promessa do Banco Central Europeu em manter o expansionismo monetário durante "um longo período" animaram ontem o velho continente, mas também tiveram impacto nos mercados asiáticos.
O índice Nikkei da bolsa de Tóquio fechou hoje a sessão em alta de 2,08 % para os 14.309,97 pontos.