(Repete para retirar 'tag' Hold do título)
LISBOA, 28 Nov (Reuters) - Um grupo de obrigacionistas penalizados pela "descriminatória" decisão do Banco de Portugal de transmitir 'bonds' do Novo Banco para o 'bad bank' BES em 2015, incluindo a Pimco e a Blackrock, decidiram não participar na emissão de 'notes' do Millennium BCP BCP.LS pois o país ainda não é credível, disse fonte oficial.
"Não vamos participar nesta emissão", disse, num email enviado à Reuters, um porta-voz em nome da Attestor Capital, Blackrock, CQS, PIMCO, River Birch Capital e York Capital.
Na semana passada, o BCP mandatou a Goldman Sachs (NYSE:GS), a Societe Generale (PA:SOGN) e o UBS como 'lead managers' de uma emissão de 300 milhões de euros de 'notes' Tier 2 a 10 anos, uma operação que continua em curso.
"Cada um de nós decidiu que os riscos associado com um investimento activo em dívida pública ou privada portuguesa são proibitivos, já que o Banco de Portugal ainda não lidou com a ilegal e descriminatória retransmissão das 'notes' do Novo Banco para o Banco Espírito Santo em 2015", afirmou o porta-voz.
"Estamos desejosos de retomar as nossas discussões com as autoridades portuguesas para resolver a situação rapidamente e restabelecer Portugal como um destino credível para investimento externo".
Em Julho, o Governo de Portugal disse que estava em contacto com os investidores afectados pela transferência de 2.200 milhões de euros de obrigações do Novo Banco para o insolvente Banco Espírito Santo (BES), mas um eventual acordo terá de ser feito entre os investidores e o Banco de Portugal, que é o responsável pela transmissão.
Um grupo de obrigacionistas, que inclui a Blackrock, interpôs uma acção judicial contra o Banco de Portugal (BP), acusando-o de violar as regras e exigindo que a venda do 'good bank' Novo Banco à Lone Star seja bloqueada.
Esta acção decorre de, em 29 de Dezembro de 2015, o BP ter procedido ao à transferência de 5 séries de 'notes' no valor de 2.200 milhões de euros do Novo Banco para o insolvente Banco Espírito Santo, um acto "ilegal e discriminatório", segundo aquele grupo. (Por Daniel Alvarenga e Sérgio Gonçalves; Editado por Sérgio Gonçalves)