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RPT-Lucro EDP sobe 16 pct para 1.113 ME 2017 com 'one offs'

Publicado 02.03.2018, 07:45
Atualizado 02.03.2018, 07:50
© Reuters.  RPT-Lucro EDP sobe 16 pct para 1.113 ME 2017 com 'one offs'
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Por Sergio Goncalves

LISBOA, 2 Mar (Reuters) - O lucro líquido consolidado daEDP-Energias de Portugal EDP.LS cresceu 16 pct para 1.113milhões de euros (ME), abaixo do previsto, suportado peloencaixe da venda da Naturgás e Portgás e pela boa performance daEDP Renováveis EDPR.LS , apesar da seca na Ibéria pressionar osrecursos hídricos.

O EBITDA-lucro antes de juros, impostos, depreciações eamortizações aumentou 6 pct para 3.990 ME.

A média de três analistas apontava para um lucro de 1.346milhões de euros (ME) e um EBITDA de 4.019 ME em 2017.

O lucro recorrente, excluindo efeitos extraordinários,desceu 8 pct para 845 ME, espelhando as dificuldadesoperacionais com a seca extrema na Ibéria e endurecer daregulação.

O CEO António Mexia disse que a queda do lucro recorrenteespelha "o impacto negativo das operações em Portugal (-50 pct),o crescimento das renováveis (+390 pct) e Brasil (+64 pct)), bemcomo os custos de financiamento a melhorarem", descendo 100 ME.

Lembrou que o lucro reportado de 1.113 ME beneficiou damais-valia da venda da Naturgas em Espanha, no montante de 600ME, mas inclui já imparidades para centrais a carvão em Portugale Espanha, que teve um impacto negativo de 150 ME.

António Mexia salientou que o peso das operaçõesinternacionais no EBITDA subiu para 53 pct para 61 pct.

"O crescimento em renováveis e Brasil foi mitigado pelaqueda em Portugal", afirmou o CEO.

GRANDE SECA

O efeito negativo da seca foi espelhado na hidraulicidade 53pct abaixo da média de longo prazo, tendo o ano de 2017 foi umdos quatro mais secos desde 1931 e comparar com a performance 33pct acima da média em 2016.

A margem bruta desceu 6 pct para 5.391 ME, tendo os custosoperacionais tombado 29 pct para 1.401 ME.

A capacidade instalada da EDP cresceu 6 pct para 26.753 ME,apoiada por 0,9 gigawatts (GW) adicionais de capacidade hídricaem Portugal e 0,6 GW, principalmente nos EUA e México.

A dívida líquida desceu 13 pct para 13.902 ME, depois daempresa ter usado parte do seu fluxo de caixa e com o encaixecom a venda do negócio de gás na Ibéria.

O CEO frisou que o custo médio da dívida teve uma descidaanual de 30 pontos base para 4,1 pct no final de 2017.

O 'board' vai propor um dividendo de 0,19 euros por acçãorelativo a 2017, um rácio 'payout' de 62 pct, contra o rácio de72 pct em 2016.

RENOVÁVEIS E BRASIL

A subsidiária EDP Renováveis (EDPR) EDPR.LS já tinhadivulgado que o seu lucro líquido consolidado disparou para 276milhões de euros (ME) em 2017 contra 56 ME em 2016. brasileira EDP Brasil ENBR3.SA também divulgou um lucrode 611,85 milhões de reais, com uma retração de 8,2 pct nacomparação com 2016, quando o balanço foi ajudado por efeitosnão recorrentes como a venda da controlada Pantanal Energéticapara a canadiana Brookfield. Mexia realçou que a EDP pagou efectivamente 481 MEde IRC em Portugal em 2017 contra 333 ME em 2016, sendo que omontante pago pela EDP representa cerca de 9,3 pct da totalidadedeste imposto arrecadado pelo Estado.

Acerca de notícias que davam conta da aproximação da GasNatural à EDP para uma concentração, tendo então a empresaportuguesa negado quaisquer negociações, António Mexia lembrouque os espanhois até "mudaram de accionistas (...) eles própriosestão numa grande mudança".

"Não tenho comentários, é uma questão dos accionistas (...)não temos nada a ver com o assunto", disse o CEO da EDP.

CONSOLIDAÇÃO: FALA-SE MUITO, VÊ-SE POUCO

Antónia Mexia referiu que a questão da necessidade deconsolidação de 'utilities' na Europa "é ciclica, mas "adinâmica do mercado mostrou-se muito diferente do que seantecipava".

Adiantou que "há hoje maior unanimidade de certezas quantoao sector": descarbonização, ganhos de escala renováveis,importância de redes inteligentes e digitalização da relação comos clientes.

"As companhias hoje, talvez (de forma) diferente do que erahá 10 anos, querem todas mais ou menos o mesmo. O resto(eventuais consolidações) dependerá daquilo que serão asdecisões dos accionistas", afirmou.

"Fala-se muito, mas até agora tem se visto muito pouco(...)A realidade não traduz aquilo que é a teoria, não temhavido consolidação nenhuma", concluiu. (Editado por Daniel Alvarenga)

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