(Repete notícia divulgada ontem ao final da tarde)
Por Daniel Alvarenga
LISBOA, 3 Nov (Reuters) - O lucro da EDP EDP.LS excluindo ganhos 'one off' desceu 4 pct para 633 milhões de euros (ME) nos nove meses de 2017, acima do esperado, penalizado pela seca severa na Ibéria e apesar do aumento da capacidade e da evolução regulatória e forex positiva no negócio no Brasil.
Com encaixes extraordinários, incluindo a venda da distribuidora espanhola Naturgás, o lucro atribuível expandiu 86 pct para 1.147 ME.
O EBITDA-lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações aumentou 13 pct para 3.269 ME. O EBITDA excluindo ganhos extraordinários caiu 4 pct para 2.711 ME. Uma poll da Reuters previa lucro de 545 ME e EBITDA, de 2.630 ME.
A 'utility' explicou a pressão sobre o mercado Ibérico com a "fraca hidraulicidade", 43 pct abaixo da média de longo prazo.
A venda da Naturgás teve um impacto positivo de 558 ME no EBITDA. A 'utility' portuguesa disse que, evitando uma maior queda do lucro recorrente, beneficiou de mais capacidade, termos regulatórios favoráveis no Brasil e do efeito forex positivo da apreciação de 12 pct do real face ao euro.
A capacidade instalada cresceu 8 pct para 26.466 megawatts no final de Setembro, com a adição de 977 MW em Portugal e 939 MW de energia eólica e solar principalmente nos EUA e México.
A dívida líquida desceu 5 pct para 15.135 ME. O rácio de dívida líquida sobre EBITDA manteve-se nas 4,2 vezes. A maturidade média da dívida é 4,7 anos.
MENOS OPEX
O investimento operacional desceu 7 pct para 1.078 ME, com 60 pct dedicado a nova capacidade hídrica e eólica.
Ao nível do balanço, a EDP reduziu os activos fixos em 1.228 ME para 23.000 ME e a venda da Naturgas implicou uma diminuição do 'goodwill' de 1.133 ME para 2.282 ME.
A rubrica caixa e equivalentes desceu 62 ME para 1.459 ME.
Contudo, a EDP disse que o montante disponível em caixa e linhas de crédito permite cobrir necessidades de refinanciamento para lá de 2019.
(Editado por Sérgio Gonçalves)