(Repete notícia divulgada ontem ao final da tarde)
LISBOA, 23 Mai (Reuters) - O Novo Banco, que está em pleno processo de venda ao fundo norte-americano Lone Star, reduziu os prejuízos para 130,9 milhões de euros (ME) no primeiro trimestre de 2017, de 249 ME há um ano, com uma redução dos custos operativos e menos imparidades para crédito, mas o rácio de capital contraiu.
"Os resultados (...) confirmam a tendência de retoma da normalidade de funcionamento do grupo Novo Banco e o seu posicionamento como um dos bancos com maior implantação no tecido empresarial nacional, mantendo adequados níveis de liquidez e solvabilidade e promovendo a constante melhoria dos níveis de rendibilidade e de eficiência", disse o banco.
A margem financeira, diferença entre juros cobrados nos empréstimos e pagos nos depósitos, desceu para 119 ME, de 141 ME no período homólogo.
O produto bancário caiu 22,8 pct para 181 ME, enquanto que os custos operativos desceram 12,9 pct, confirmando a tendência de redução que se vem verificando desde a criação do Novo Banco.
O 'banco bom' nascido da resolução do Banco Espírito Santo reduziu as provisões 60,5 pct para 137,4 ME e as imparidades para crédito em 35,7 pct para 119,3 ME.
O rácio de capital 'Common Equity Tier 1' caiu para 10,8 pct, de 12 pct em Dezembro último e 12,3 pct há um ano. Nos termos CET1 'fully implemented', o rácio decresceu para 9,6 pct, de 9,8 pct no final de 2016.
O crédito bruto a clientes desceu para 33.483 ME, de 35.207 ME, enquanto os depósitos de clientes praticamente estabilizaram nos 25.169 ME.
O rácio de crédito vencido há mais de 90 dias piorou para 17 pct, de 15,1 pct há um ano.
O banco lembrou que nos termos do acordo, a Lone Star vai realizar injeções de capital de 1.000 ME , dos quais 750 ME no momento da conclusão da operação e 250 ME no prazo de até 3 anos.
Por via da injeção de capital, o fundo norte-americano passará a deter 75 pct do capital do banco e o Fundo de Resolução manterá 25 pct.
As condições incluem ainda um mecanismo de capitalização contingente, nos termos do qual o Fundo de Resolução se compromete a realizar injeções de capital no caso de se materializarem certas condições cumulativas, relacionadas com o desempenho de um conjunto delimitado de ativos e com a evolução do nível de capitalização do banco.
A conclusão da operação de venda encontra-se dependente da realização de um exercício de gestão de passivos, que irá abranger as obrigações não-subordinadas do Novo Banco.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)