LONDRES, 10 Jan (Reuters) - A bilionária angolana e ex-primeira filha Isabel Dos Santos condenou uma ordem judicial de fim de ano para congelar os seus vastos activos como uma "caça às bruxas" foi planeada para enfraquecer a influência do seu pai e distrair de falhanços económicos.
Dos Santos, considerada a mulher mais rica da África pela Forbes, com uma fortuna estimada em mais de 2 mil milhões de dólares, é uma figura muito polémica em Angola, onde é apelidada de "a princesa". Os apoiantes vêem-na como empresária inspiradora, enquanto os detractores dizem que ela encarna o tipo de nepotismo e corrupção que tem prejudicado o continente.
Desde que o presidente João Lourenço sucedeu ao pai de Santos, José Eduardo, em 2017, depois de quase quatro décadas de poder, ele reprimiu o papel dos filhos do seu antecessor nas empresas estatais. Ele demitiu Isabel dos Santos do cargo de presidente da empresa de petróleo Sonangol e o seu irmão do fundo soberano.
Na etapa mais recente do que as autoridades angolanas dizem ser uma das acções anti-corrupção mais bem-sucedidas da África, os activos de Santos foram congelados a 31 de Dezembro, ameaçando transformar um titã de negócios africano num pária.
Em entrevista à Reuters, a mulher de 46 anos rejeitou as acusações de corrupção apresentadas contra ela.
"Este é um julgamento político, temos um Estado perseguidor e magistrados servis e partidários. Assim temos uma mulher que foi escolhida para dar o exemplo como bode expiatório. Essa sou eu." Dos Santos disse à Reuters em entrevista em Londres.
Texto integral em inglês: (Reportagem de Noah Browning e Dmitry Zhdannikov, Traduzido para português por João Manuel Maurício, Gdansk Newsroom; Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)