Por Flavia Bohone
SÃO PAULO, 1 Set (Reuters) - As ações de siderúrgicas disparavam nesta sexta-feira na bolsa paulista, com os papéis da Usiminas USIM5.SA chegando a avançar mais de 15 por cento e sendo negociada nas máximas desde setembro de 2014, diante de perspectivas positivas para os preços do aço.
- Às 14:07, Usiminas USIM5.SA saltava 10 por cento, enquanto CSN CSNA3.SA avançava 7 por cento e Gerdau GGBR4.SA subia 6 por cento. Na máxima até o momento, as ações da Usiminas subiram 15,53 por cento, a 7,96 reais, o maior patamar intradia desde setembro de 2014.
- Nesta sessão, os contratos futuros de aço avançavam na China, assim como os de minério de ferro, impulsionados por sinais de fortalecimento da atividade industrial no país asiático. Também ajudando o desempenho da Usiminas estava a conclusão na véspera de renegociação de dívida com bancos e credores que dispensa a siderúrgica de fazer uma troca de bônus detidos por bancos japoneses e debenturistas, depois de receber permissão para isso de bancos brasileiros e do BNDES em junho. Analistas do BTG Pactual (SA:BBTG99) destacaram a visão otimista para os preços do aço no curto prazo, após evento com um distribuidor local de aços planos que indicou a possibilidade de um novo aumento de preços para a cadeira de distribuição nas próximas semanas, caso os preços na China continuem subindo.
- Na semana passada, a entidade que representa distribuidores de aço no Brasil, Inda, afirmou que não esperava novos aumentos de preços no curto prazo. Os analistas Leonardo Correa e Gerard Roure, do BTG, destacaram ainda entre os principais pontos do evento as negociações em andamento com a indústria automotiva para 2018, que podem resultar em outro aumento de preço de 20 a 30 por cento.
- "Considerando quão sensíveis são os valuations em relação aos preços e como as ações de siderúrgicas normalmente são negociadas, o setor provavelmente vai continuar com desempenho acima da média no curto prazo, com apoio do ímpeto dos preços", escreveram os analistas.
- A equipe do banco destaca ainda que com o potencial para mais cortes de capacidade na produção de aço na China até o fim do ano e forte demanda, apostar contra o ciclo de alta de preços globais do aço parece prematuro neste momento. (Edição Alberto Alerigi Jr.)