Por Sergio Goncalves
LISBOA, 17 Mai (Reuters) - A EDP (SA:ENBR3) EDP.LS está confiante que atingirá o consensus dos analistas de um lucro líquido à volta de 800 milhões de euros (ME) com um EBITDA de 3.500 ME, apesar das condições adversas de um início de ano seco e menor produção eólica terem prejudicado os resultados do primeiro trimestre, disse o CEO, António Mexia.
Ontem a EDP-Energias de Portugal anunciou que o seu lucro líquido trimestral teve uma queda homóloga superior ao esperado de 39% para 100 milhões de euros (ME), afectado por aqueles dois factores e pela forte pressão regulatória em Portugal. o Chief Executive Officer (CEO), numa conference call com analistas, referiu que, "apesar das condições climatéricas adversas este trimestre, a EDP deu passos significativos para a 'entrega' da estratégia".
"Estamos confortáveis com o 'consensus' para 2019 à volta de 3.500 ME para o EBITDA. Com as informações que temos hoje, acreditamos claramente que o 'consensus' de lucro líquido à volta de 800 ME é alcançável", disse António Mexia.
Explicou que tal depende, "é claro, das condições hídrica e eólica, e da execução da nossa estratégia para o resto do ano", que inclui a venda/rotação de activos, frisando: "quanto a esta última parte estamos muito confortáveis".
Lembrou que o valor exacto do lucro de 2019 estará dependente dos ganhos que fizerem com esta a sua estratégia de 'rotação de activos', que prossegue como previsto.
ROTAÇÃO ACTIVOS
A EDP planeia investir 12.000 ME até 2022 para impulsionar a aposta em renováveis sobretudo na América do Norte e Europa, prevendo encaixar mais de 6.000 ME com rotações e vendas de activos, reduzindo a exposição na Ibéria. optimizar o seu portfólio, a EDP quer cristalizar um valor superior a 4.000 ME com rotação de activos e adicionalmente encaixar mais de 2.000 ME com alienações, querendo reduzir a exposição à Ibéria/'merchant/'térmica.
António Mexia referiu que a EDP, "em busca de valor, continua a ver uma forte procura por parte dos investidores financeiros por este tipo de activos, que suporta a análise em curso de alguns negócios de rotação de activos adicionais para os próximos 12 meses".
"Quanto à execução do plano de desinvestimento de 2.000 ME, os 'targets' estão completamente 'on track' de serem executados dentro do prazo de 12 a 18 meses", adiantou.
"Os consultores já estão envolvidos e nós estamos a trabalhar na análise e na preparação de diferentes transações potenciais, mantendo o nosso plano de reduzir a exposição à Iberia e unidades termoeléctricas", concluiu.
Em 24 de Abril, a Assembleia Geral da EDP 'chumbou' a remoção do limite de 25% aos direitos de voto, ditando o fim do 'bid' lançado pela China Three Gorges (CTG), mas o CEO da portuguesa disse que a parceria com a CTG é 'chave' e vai manter-se, olhando oportunidades na América Latina.
O fim da oferta foi acelerado pelo investidor activista Elliott, que tem 2,9% da EDP.
Em Março, fontes disseram à reuters que a EDP poderia propor uma joint venture com a CTG, permitindo à chinesa expandir a sua presença no Brasil e na América Latina se aquele 'bid' falhasse.
O Estado chinês é o maior acionista da EDP com 28% do capital, através dos 23% detidos pela China Three Gorges (CTG) e dos cinco pct da CNIC.
As acçoes da EDP seguem a subir 1,8& para 3,248 euros.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Andrei Khalip)