PEQUIM, 25 Jun (Reuters) - A China tem de liderar a reforma da governação global, afirmou o Ministério de Relações Exteriores do país no sábado, citando o presidente do país, Xi Jinping.
A China tem buscado ter mais voz em organizações globais como o Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Nações Unidas, em linha com o seu crescimento económico e influência internacional.
Desde que assumiu o governo em 2012, Xi tem tomado medidas para criar os próprios órgãos globais da China como o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura e lançou um ambicioso projecto para construir uma nova Rota da Seda.
Pequim assumiu o papel de ser um membro responsável da comunidade internacional, especialmente num momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retira o país de acordos sobre mudanças climáticas e do tratado com o Irão e enquanto a Europa enfrenta o Brexit e outras questões.
A China tem de "defender a proteção da soberania do país e os seus interesses em segurança e desenvolvimento, participar pro-activamente e mostrar o caminho na reforma global do sistema de governação, criando uma rede ainda melhor de relacionamentos de parcerias globais" disse Xi segundo comentários citados no fim de um encontro de dois dias entre membros do alto escalão do Partido Comunista.
Isso ajudaria a criar condições para a construção de um país socialista moderno e forte, disse o ministério durante o encontro que reuniu autoridades dos ministérios de Relações Exteriores e de Comércio, Exército, do departamento de propaganda e a representantes da embaixada chinesa nos EUA.
Apesar de Xi não ter dado detalhes, o comunicado cita-o a mencionar a importância da Rota da Seda e outras importantes plataformas diplomáticas como a sua "comunidade de destino comum", um conceito que guia as relações da China com o mundo.
O conceito propõe um "novo estilo" de relações internacionais de "ganha-ganha" e "benefício mútuo" para todos, mas muitos países do Ocidente criticam o comportamento da China sobre questões como áreas contestadas que incluem o Mar do Sul da China.
Xi acrescentou que a China tem de fortalecer as suas relações com nações em desenvolvimento, que são descritas como aliados naturais, mas também precisa aprender com outros países.
O presidente chinês não fez menção directa a questões como a guerra comercial aberta pelos EUA contra o país, ou Coreia do Norte e Taiwan.
(Por Ben Blanchard)
História em inglês: para português por Sérgio Gonçalves)