(Repete notícia divulgada na sexta feria ao final da tarde)
Por Daniel Alvarenga
LISBOA, 13 Mar (Reuters) - A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai cortar 25 pct das agências e do número de colaboradores ou mais de 2.200 até 2020, segundo o plano estratégico hoje aprovado pela Comissão Europeia, que prevê o regresso à rentabilidade em 2018, anunciou a CGD.
"É um plano bastante ambicioso, tem um bom plano de partida, mas representa uma mudança radical no que respeita à estrutura. A recapitalização é uma condição necessária", frisou o CEO, Paulo Macedo, em conferência de imprensa.
O banco fixou quatro pilares no plano estratégico aprovado hoje por Bruxelas.
Primeiro, reforçar a actividade comercial no retalho, PMEs e grandes empresas, segundo, "ajustar a infraestrutura operacional e investimento nos recursos humanos", terceiro, reestruturar as operações internacionais e, quarto, reforçar o modelo de gestão de risco e 'governance' para melhorar a solvência e resiliência.
O número de agências fixar-se-á entre as 470 e 490, de 651, enquanto o número de trabalhadores será inferior ou igual a 6.650 em 2020, de 8.868 em 2016. Os custos operacionais são vistos iguais ou abaixo de 720 ME, contra 834 ME em 2016.
A margem financeira é projectada melhorar para um nível superior a 1.100 milhões de euros (ME) em 2020, de 635 ME em 2016, com a quota de mercado de recursos e crédito estável nos 24 pct.
O rácio de produto bancário sobre volume de negócio é visto acima de 1,5 pct, de 1 pct em 2016.
VENDE ACTIVOS
A CGD vai reduzir para metade os activos internacionais, vistos nos 12.000 ME em 2020, de 23.000 ME em 2016. Neste âmbito, vai manter a posição nos principais mercados de afinidade portuguesa, racionalizando, vendendo ou encerrando unidades internacionais não-core.
Também o nível de imóveis líquidos de imparidades desceu 30 pct para igual ou inferior a 500 ME. O rácio CET1 'phasing in' deverá reforçar-se para acima de 14 pct, de 11 pct em 2015.
Da actual rentabilidade negativa, o 'return on equity' em 2020 deverá ser superior a 9 pct.
A CGD teve um prejuízo de 1.859 ME em 2016 contra 172 ME em 2015, após fortes imparidades para limpar o balanço antes do crucial aumento de capital, anunciou o banco, cujo plano acordado com Bruxelas prevê o regresso à rentabilidade em 2018. ESTE MÊS
A Comissão Europeia aprovou hoje o plano de recapitalização da CGD no montante de 3.900 ME, pois as suas condições garantem que não é ajuda de Estado, já que prevêem fortes cortes de custos e o regresso à rentabilidade em 2018. âmbito do plano de negócios, a CGD tomará medidas para reforçar a posição de capital recorrendo a fontes privadas. Vai realizar um aumento de capital interno e emitir mais 930 ME de instrumentos de capital 'core Tier 1' destinados a investidores não relacionados com o Estado português.
"A colocação da dívida em privados será efectuada após haver autorização para emissão do prospecto, depois de ter feito o 'roadshow', portanto, o que nós esperamos é obter essas autorizações este mês, de forma a permitir fazer o 'roadshow' este mês", frisou o CEO Paulo Macedo.
"Esperamos obter as autorizações este mês de modo a fazer a emissão ainda este mês".
(Editado por Sérgio Gonçalves)