A maior feira tecnológica do mundo regressa esta semana a Las Vegas, dando espaço a mais de 3.200 empresas para apresentar as suas propostas inovadoras, de auscultadores de realidade virtual, robôs esquisitos, dispositivos de saúde inteligentes entre muitos outros aparelhos.
A CES, anteriormente conhecida como Feira de Eletrónica para o Consumidor (Consumer Electronics Show), alargou nos últimos anos o seu âmbito muito além dos produtos de consumo, e uma grande parte do evento dedica-se agora às inovações na indústria automóvel e saúde digital.
O tema deste ano é a segurança humana, com enfoque nas inovações que podem ajudar a resolver os maiores desafios mundiais, tais como o acesso aos cuidados de saúde, a ar limpo, água limpa e alimentos.
Steve Koenig, Vice-Presidente de Investigação da Associação de Tecnologia do Consumidor (CTA), o grupo comercial que organiza o CES todos os anos, acredita que olhar para "a tecnologia com um propósito é uma ótima forma de colocarmos a questão. Tal como tecnologia para o bem e para tornar a vida melhor. E basta olharmos para toda a inovação que está a acontecer na tecnologia da saúde para encontrar uma abundância de provas disso"..
Os organizadores esperam que a edição deste ano atraia multidões como aconteceu antes do início da pandemia, estimando receber cerca de 100 mil visitantes.
Detetor viral de bolso
Numa antevisão do programa realizada para os meios de comunicação social, a CES Unveiled, deu uma ideia do mercado crescente da tecnologia digital na área da saúde.Muitos dos dispositivos em exposição apresentavam inteligência artificial incorporada: com produtos como um desfibrilhador doméstico da empresa francesa Lifeaz, ou o ViraWarn, um aparelho de bolso que deteta covid-19, VSR e gripe em menos de 60 segundos.
"Sopra-se no dispositivo duas vezes, e recebe-se um resultado positivo ou negativo através de uma luz LED vermelha positiva ou verde negativa na frente do dispositivo", explica Dana Gardner, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Opteev Technologies.
O ViraWarn, que aguarda a aprovação da US Food and Drug Administration (FDA), é reutilizável. Só é necessário trocar o cartucho biosensor após umas duas semanas, e a empresa pretende fixar o preço do dispositivo em 99 dólares (93 euros), com cartuchos que custam "alguns dólares cada".
"Portanto, está a reduzir o custo de um autoteste individual a cêntimos por teste, uma vez que se pode utilizá-lo tantas vezes", diz Gardner.
Descansar de pé
Um exoesqueleto feito por uma empresa japonesa, a Archelis, pode, num futuro próximo, ajudar os trabalhadores fabris e os profissionais da saúde a passar facilmente de uma posição de pé para uma posição sentada sem que seja necssária uma cadeira.O dispositivo fica preso às pernas e pode estar em dois modos: um que permite andar livremente - embora ligeiramente embaraçoso - e outro em que é possível travar o dispositivo numa posição de descanso para a zona inferior das costas, tal como se estivéssemos sentados numa cadeira giratória alta.
No mundo do metaverso
O metaverso é outro grande tema no CES 2023, com muitas empresas a revelarem as suas últimas ofertas em realidade virtual e realidade aumentada.É também o caso da start-up OVR Technology apresenta um auricular que permite aos utilizadores com aplicações nas áreas da saúde e do bem-estar.
A Liberland, uma micro-nação dos Balcãs tornou-se no primeiro país a ser construído no metaverso
Uma parte do salão de exposições é ainda dedicada à tecnologia Web3, com a Microsoft (NASDAQ:MSFT) e o fabricante de automóveis Stellantis (EPA:STLA) a criar uma parceira para criar um salão de exposições no metaverso.