Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 30 Jan (Reuters) - O dólar anulou a queda vista mais cedo, quando acompanhava mais de perto a cena externa, e passou a registrar leve alta ante o real nesta terça-feira, com alguns investidores aproveitando as baixas cotações.
Às 12:41, o dólar BRBY avançava 0,32 por cento, a 3,1767 reais na venda, depois de marcar a mínima do dia de 3,1487 reais. O dólar futuro DOLc1 tinha variação positiva de cerca de 0,70 por cento.
"Entraram compras perto dos 3,15 reais", afirmou o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado, acrescentando que o mercado já mostrava alguma cautela antes da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, no dia seguinte.
Na quarta-feira, às 17:00 (horário de Brasília), o Fed anuncia sua decisão de política monetária. A expectativa era de que o banco central não mexa nos juros agora, mas sinalize que poderá elevá-los em março.
No exterior, o dólar também registrava leves oscilações ante moedas de alguns países emergentes, como os pesos chileno CLP= e mexicano MXN= . Mas caía ante uma cesta de moedas, com os rendimentos dos Treasuries passando a recuar após recente movimento de alta.
Mais cedo, o dólar perdeu força ante o real acompanhando de perto o exterior e com os investidores mais otimistas com o cenário político local.
"O viés é positivo depois da condenação do Lula", afirmou mais cedo o operador de câmbio do Grupo Ourominas Ademar Vitor Pereira, para quem o dólar poderia ir a até 3,12 reais até o final da semana.
Na semana passada, a condenação por crime de corrupção e lavagem de dinheiro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi confirmada em segunda instância, levando os mercados financeiros a apostar que ele teria menos chances de concorrer à Presidência neste ano.
O mercado acompanhava ainda as negociações do governo para conquistar os votos que ainda faltam para aprovar a reforma da Previdência. Na segunda-feira, fontes disseram à Reuters que a base aliada no Senado não garante uma aprovação "automática" da reforma caso o texto passe pela Câmara. (Edição de Camila Moreira e Patrícia Duarte)