Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e modas vêm e vão, mas gerações e gerações de fãs de ténistêm ajudado a cultura a transcender décadas de mudanças de tendências.
A comercialização de alguns ténis catapultou a indústria para um mercado de 80 mil milhões de dólares. Até 2026, prevê-se que o mercado esteja avaliado em 120 mil milhões de dólares.
Grande parte da indústria corresponde à revenda, onde colecionadores ou "malucos por ténis" colocam à venda edições limitadas de calçado, para que outros entusiastas possam comprar.
O fenómeno gerou um aumento do número de lojas de consignação de ténis premium, como a Presentedby. Fundada em Londres, a marca tem agora espaços comerciais em Paris, Dubai, Qatar e, mais recentemente, na Arábia Saudita.
Nas lojas, a oferta é variada e cada par pode custar entre dois mil e 50 mil dólares, ou ainda mais, se forem, por exemplo, os Dior Air Jordans.
O mercado de revenda vale cerca de seis mil milhões de dólares, impulsionado pelo apelo da exclusividade e Ridwane Ettoubi, diretor executivo da marca, conta que "algumas peças viram o preço aumentar 1000%, nos últimos cinco anos".
Mas qual é a melhor maneira de escolher ténis valiosos?São vários os fatores que podem contribuir para o preço de um modelo. Uma das principais variáveis, esclarece o especialista, é a "disponibilidade", uma vez que “alguns artigos tiveram uma tiragem limitada".
Ridwane Ettoubi diz que convém ainda ter em conta questões específicas, como se "uma marca de luxo que colaborou com uma marca desportiva. É a primeira vez que colaboram? É o designer que está envolvido?", porque "tal como no mercado de ações, estes artigos flutuam no preço”.
O futuro são as criançasPara as marcas mais tradicionais e bem estabelecidas como a Foot Locker, a abordagem comercial à cultura do ténis vai mudando com o tempo.
Os ténis podem não sair de moda, mas os padrões de consumo mudaram ao longo dos anos e as empresas veem-se obrigadas a direcionar o negócio para um tipo de público diferente.
Susie Kuhn, Presidente da Foot Locker para a Europa, o Médio Oriente e África, confirma que "a cultura do ténis está a evoluir todos os dias, porque as crianças decidem para onde vai", o que obriga a empresa "a olhar para a expansão, o crescimento e a ligação através do que quer que esteja a acontecer dentro desse ecossistema de cultura de ténis" e a "a explorar onde podemos ir a seguir com esse modelo de negócio para realmente servir esse consumidor”.
Investir em ténis, como em ouroComprar e negociar ténis é bastante comum hoje em dia. A Rares, uma plataforma online, deu o passo em frente e permite hoje investir em sapatos, tal como acontece com ações numa bolsa de valores. Mas os mercados, garante o fundador e ex-atleta da NFL, Gerome Sapp, são muito diferentes.
"Quando se fala de investimentos em ativos alternativos, é diferente, porque se trata de classes de ativos nos quais de alguma forma nos revemos. Quando se compara ténis a uma mercadoria como o ouro, a geração Z e os “_millennials_”, eles identificam-se mais com ténis. Além disso, uma plataforma de investimento em torno de ténis, permite em média, historicamente, obter um retorno de 90%. E agora, é possível diversificar a carteira de investimentos com algo além de ser giro, dá dinheiro”.