Crude WTI: Ataque a instalações petrolíferas sauditas poderá tornar as perspectivas para o crude ainda mais sombrias
Durante o fim-de-semana, diferentes infra-estruturas petrolíferas na Arábia Saudita, líder da OPEP, foram alvo de um ataque realizado com drones que transportavam explosivos. Esta não é uma realidade estranha para o reino saudita. Desde a eclosão da guerra civil no Iémen (em que uma das partes é apoiada pela Arábia Saudita) que o país que chefia a Coligação Árabe tem sido alvo de ataques. No entanto, até à data, nenhum havia surtido um impacto tão significativo como o deste fim-de-semana, que, de forma imediata, cortou a produção saudita de 9,8 para 4,1 milhões de barris por dia – uma quebra de aproximadamente 5% na oferta mundial de crude – levando o crude a valorizar 10% na abertura da sessão de negociação de ontem.
Desde então, o crude WTI tem retraído, com a correcção desta reacção excessiva a intensificar-se hoje quando a Arábia Saudita afirmou que em poucas semanas conseguiria repor os níveis normais de produção. Em acréscimo, a possibilidade de o Irão ter, de algum modo, colaborado no ataque às instalações sauditas agudiza as já elevadas tensões no Médio Oriente. Como se tal não fosse suficiente, o presidente russo, Vladimir Putin, manifestou abertura para vender mísseis S300 à Arábia Saudita (gama já vendida pela Rússia ao Irão). Todos estes acontecimentos concorrem para uma desestabilização da actual aliança OPEP+, pondo em causa a gestão activa da oferta que o reforçado cartel actualmente leva a cabo (com um apenas moderado grau de cumprimento) num esforço de travar a queda dos preços do petróleo.
Referência técnica: A menos que uma escalada com contornos bélicos se materialize no Médio Oriente, acreditamos que o crude WTI continuará pressionado em baixa, identificando os USD 57,85 por barril como primeiro nível de suporte, seguindo-se os USD 56,80 e os 38,2% de Fibonacci.
PLATINUM: Correcção no preço da platina poderá gerar oportunidades de entrada
Desde que falámos da platina na Análise Semanal de Mercado do dia 27 de Agosto, a platina já avançou 10%, tendo chegado a valorizar quase 17% no início de Setembro.
Actualmente, a platina está a consolidar, o que poderá gerar oportunidades para comprar o metal a preços mais baixos. O preço do paládio continua a subir (+33% desde o início do ano), encarecendo vários componentes da produção automóvel. Como substituto, os fabricantes automóveis poderão começar a comprar mais platina.
Referência técnica: Desde que a linha de tendência descendente de longo prazo foi rompida em alta, preferimos um posicionamento ascendente para a platina. Os mínimos recentes, registados em torno dos $925, permitem a colocação de um stop loss apertado, tendo em vista uma potencial valorização que leve o metal precioso de volta aos máximos deste ano.