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Análise Semanal de Mercados BIG (EURUSD, XAGUSD, Brent)

Publicado 02.10.2018, 17:00
Atualizado 09.07.2023, 11:32
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EURUSD: Semana de preenchida agenda macroeconómica com o par a tentar superar o importante nível dos 1,175

A semana começou com um comentário optimista de Mário Draghi, ao afirmar que o BCE antecipa avanços na inflação core – cuja média em 2018, ronda os 1%, segundo a métrica CPI – durante os próximos meses, sobretudo por via da pressão salarial. Comparando com a recente história norte- americana, não nos parece absolutamente evidente que, apesar da sólida tendência decrescente apresentada pelo desemprego, o reflexo do mercado laboral na inflação se materialize num prazo tão curto e vemos, assim, os comentários de Draghi como um esforço para corroborar o fim do programa de estímulos agendado para Dezembro. Não obstante esta opinião, as palavras do presidente do BCE animaram efectivamente o euro.

Para quarta-feira, é amplamente esperada a terceira subida de taxa de juro deste ano, por parte da Fed. Num momento em que o euro parece estar a ganhar compradores, na ausência de novidades hawkish no discurso de Powell, tal desfecho poderá resultar em mais impulso altista para o EURUSD, numa adaptação da lógica buy the rumour, sell the fact. De qualquer modo, a divulgação da terceira estimativa para o crescimento económico nos EUA durante o segundo trimestre, as métricas CPI na Zona Euro e o PCE Core norte-americano poderão, em caso de surpresas, injectar maior volatilidade.

Referência técnica: A força relativa do EUR face ao USD mantém-se com o par a testar uma resistência que, discutivelmente, forma a neckline de um head & shoulders bottom pouco ortodoxo. Assumimos que o par possa ainda ter espaço para subir, mas não acreditamos que feche acima dos 1,1860.

XAGUSD: Prata mostra sinais de recuperação técnica

Os metais preciosos têm sido fortemente pressionados desde o início do ano, sendo que a prata cotada em ouro (-18%) lidera essas quedas. O posicionamento líquido curto em ouro, através de futuros e opções, continua extremamente elevado, o que aumenta o potencial de não existirem vendedores adicionais e de se iniciar uma recuperação do metal através de um fecho de posições curtas (short covering). As fortes quedas intra-diárias do ouro, registadas na sexta-feira, levam-nos a considerar uma liquidação de contratos de futuros, característica da fase final de um bear market.

Se observarmos o gráfico do rácio ouro/prata (XAUXAG), nota-se uma reacção negativa junto à resistência horizontal nos 84, criada pelo máximo de Fevereiro de 2016. Esta análise de valor relativo incentiva-nos a esperar um desempenho mais forte da prata nas próximas sessões, em detrimento do ouro. O dólar americano, por seu turno, deverá continuar fragilizado, no actual contexto de tensões comerciais entre os EUA e a China.

Referência técnica: Tecnicamente, destacamos a reacção positiva junto ao suporte horizontal dos $13,95 por onça, bem como a quebra em alta de um canal de negociação descendente. Depois de uma desvalorização tão significativa, a relação de risco/rendimento apresenta-se atractiva para posições altistas. Em termos de gestão de risco, sugerimos os $14 por onça.

Brent: Reunião da OPEP e proximidade de efectivação das sanções ao Irão projectam Brent para máximo de 4 anos

O comité de monitorização da OPEP e dos seus aliados, encabeçados pela Rússia, terminou a sua reunião de Setembro no passado domingo sem que, apesar da capacidade disponível exceder significativamente a produção actual de vários países, tivesse sido oficialmente deliberado um aumento de produção. De facto, os ministros da energia saudita e russo sugeriram que não antecipavam necessidade incrementar a produção em Outubro.

Este desfecho, juntamente com a perspectiva de as sanções reimpostas pelos EUA ao Irão entrarem em vigor em Novembro – um factor que já está a afectar a exportação petrolífera da república islâmica, na medida em que alguns compradores já estão a reduzir a aquisição de crude iraniano – impulsionou o Brent. Não obstante estes dois factores, perante o novo paradigma de aumentos de produção iniciado em Junho, acreditamos que o potencial de apreciação para o Brent está bastante limitado, e que a Arábia Saudita flexibilizará a sua produção, de forma a conter o rally do crude, conforme solicitado pelo presidente dos EUA, aliado histórico da Arábia Saudita, pelo menos, até às eleições intercalares.

Referência técnica: Na sequência de uma forte subida, que levou o Brent superar a tão relevante resistência existente nos USD 80, a matéria-prima aproxima-se de valores de sobrecompra. Vemos os USD 82,50 por barril como um nível que maximiza o binómio risco-retorno para posições curtas.

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