Após um Verão de ganhos nas bolsas mundiais, em particular dos sectores tecnológico e consumo discricionário, os mercados parecem ter "chocado com a realidade", despertando para a possibilidade de uma segunda vaga da pandemia COVID-19. Com efeito, no mês de Setembro os principais mercados accionistas registaram correcções significativas, assim como a dívida privada High Yield, consequência do alargamento dos spreads de crédito, sobretudo na Europa.
Concluindo, na nossa opinião, num cenário de evolução controlada da pandemia COVID-19, a recuperação económica seguirá o seu curso, suportada por baixas taxas de juro, liquidez abundante e aumento do investimento público. As avaliações, em especial das Acções, permanecem em níveis historicamente elevadas mas justificáveis pela garantia, fornecida pelos bancos centrais, de taxas de juro reais negativas durante os próximos anos. Por fim, nas últimas semanas, a aversão ao risco aumentou (o sentimento piorou) mas tal poderá significar uma oportunidade de reforçar posições, tanto em Acções como em crédito (High Yield).
Deste modo, em termos sectoriais e de alocação de activos, mantemos as preferências partilhadas anteriormente ao longo deste ano. Na nossa opinião, o mundo pós-COVID será menos global, mais digital e, certamente, mais endividado. Assim, mantemos a exposição ao Ouro, face ao risco de subida da taxa de inflação e perspectiva de taxas de juro reais negativas, e na componente acionista, mantemos em Carteira os temas da Saúde, da Digitalização, incluindo Serviços de Comunicações, e da Segurança. Na componente obrigações, mantemos alguma exposição ao segmento de High Yield, cujos spreads de crédito nos parecem historicamente atractivos quando comparados com os de Investment Grade. A exposição a Dívida Pública permanece residual, considerando o actual nível de yields artificialmente baixas tendo em conta os níveis de endividamento das respectivas economias.Apesar de o mundo viver com o COVID-19 há mais de seis meses, o Outlook permanece tão incerto como no início da pandemia. Uma das principais discussões ao longo do terceiro trimestre foi a aparente divergência entre a evolução dos mercados accionistas e de crédito (High Yield) e a evolução da economia real, cuja recuperação, embora positiva, permanece incompleta e frágil.
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