Bom dia! Espero que estejam todos bem de saúde e aos demais níveis da vossa vida! Se no primeiro capítulo incidi mais na taxa de juro, neste capítulo vou falar sobre outros catalisadores/fatores a ter conta para perspetivar o “futuro” (incerto) da moeda reserva global!
Um dos motivos de alteração de humor da economia mundial de um cenário “feio” para um cenário ligeiramente melhor, é pelo fim da política “Covid Zero” que permitiu a reabertura da segunda economia mundial (atualmente)! Relativamente a Europa, parece que o inverno não foi muito duro connosco, mas tenhamos em atenção que tudo isto não passa de um ciclo, e que já temos que preparar terreno para o próximo inverno que se avizinha! O Japão também viu uma contração importante na sua economia, mas as perspetivas estão melhorando gradualmente, o que também pode acarretar consigo mais inflação!
A reabertura da economia chinesa “mexe” e muito com a economia mundial, pois, é uma população muito numerosa (embora isso não seja tudo), temos o governo chinês a impulsionar a economia do seu país com biliões de dólares, e podem fazê-lo, pois, têm um superavit comercial. Vemos também sinais claros de melhoria no consumo e na atividade de manufatura. A China também pretende ajudar/fortalecer o seu mercado imobiliário mediante injeções massivas de liquidez, e reformar algumas empresas de tecnologia, tais como, a Alibaba.
Embora que as projeções lançadas pelo “FMI” (Fundo Monetário Internacional) sejam bastantes animadoras, eles por norma falham muito, será excesso de otimismo!? É possível!
Na Europa, os dados macroeconómicos referentes ao “PMI” relativamente ao setor da manufatura e serviços, melhoraram face a períodos anteriores e podem estar a apontar para melhores condições daqui para a frente, mas na minha opinião, ainda é muito precoce tirar uma conclusão. Relativamente aos preços da energia, como disse em cima, o inverno não foi tão duro connosco como se esperava que iria ser!
A economia japonesa, está com um problema inflacionário “entre mãos”, mas os consumidores estão +/- mantendo os seus hábitos diários de consumo segundo os dados! O setor de serviços mostra melhoria, o mercado de trabalho segue “quentinho” e o setor manufatureiro “à pala” da China deverá conseguir manter-se! É caso para dizer que existe aqui uma conjugação de fatores.
A mudança é sempre benéfica!
Chegados a este tópico vamos falar do “BCE” e da “FED”! Num clima de taxas de juros negativas como o que aconteceu com o Banco Central Europeu (BCE) em conjugação com as suas políticas monetárias não convencionais, tiveram um resultado muito simples: investidores pegaram na mala e foram-se embora! Isto é o mesmo que dizer, se as taxas de juros entre o “BCE” e a “FED” reduzirem o diferencial entre elas como o mercado aponta atualmente, o Euro (€) irá fortalecer-se, e o que suporta o Dólar ($) tenderá a desaparecer! Gradualmente, o dinheiro vai entrando na economia europeia, a medida que a taxa de juro diretora deixa de ser negativa em termos nominais, não em termos reais!
Voltemos a falar de “Carry Trade”. A vantagem que existia anteriormente entre os Estados Unidos da América e a Zona Euro com o passar do tempo cada vez está menos atraente. Quando o “FED” começou a aumentar agressivamente a taxa de juro diretora antes do “BCE” o fazer, surgiu uma oportunidade bastante interessante! Por exemplo, quem tinha títulos do tesouro americano, não faria sentido, a meu ver, usar a proteção de cobertura de risco cambial (Hedging Currency Risk). Mas a anteriormente ao momento atual, seria uma coisa a pensar, pois, comprar títulos do tesouro, com o EUR/USD com a sua cotação a 1,23, como já esteve, é quase que chamado o negócio da China! Mas, apesar desta questão, usar o (Hedging Currency Risk) atualmente, está a tornar-se um negócio menos interessante, o que deverá reduzir a venda de euros e “automaticamente” reduzir os fluxos de dólar!
Obrigado e continuação de um ótimo dia!