A última semana ficou marcada por uma subida das yields ao longo da curva soberana portuguesa, com um alargamento de spreads face à Alemanha, Espanha e Itália, confirmando a relação entre ambos. Para além dos spreads, também a inclinação da curva se mostrou dependente da direção das yields, com a diferença 10-2 anos a registar uma subida na última semana.
A reunião do Banco Central Europeu de julho, com a conferência de imprensa de Mario Draghi marcada para a próxima quinta-feira às 13h30 hora portuguesa, representa o destaque da próxima semana. O forte repricing observado nas yields dos Bunds ao longo das últimas 2 semanas irá provavelmente levar Mario Draghi a evitar um discurso hawkish.
O alívio permitido por um testemunho de Janet Yellen ao Congresso que o mercado interpretou como dovish revelou-se limitado. Na área do euro, a parte mais curta da curva parece incorporar já uma subida de 10 pontos de base na taxa de depósito do Banco Central Europeu ao longo do próximo ano, o que poderá parecer agressivo tendo em conta que o Banco continua a não considerar uma subida de taxas antes do final do programa QE. Mesmo assim, a parte mais longa da curva deverá continuar a tentar lidar com as consequências do esperado tapering do Banco Central Europeu e início da redução no tamanho do balanço da Reserva Federal dos EUA, através de um aumento no term premium. Entretanto, a nossa atenção estará hoje na divulgação da leitura de junho do índice de preços no consumidor nos EUA, após as preocupações demonstradas por Janet Yellen e Lael Brainard nos últimos dias relativamente ao facto de a inflação permanecer abaixo dos 2%...
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