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O mercado do vinho e as suas oportunidades de investimento

Publicado 20.07.2023, 00:42
Atualizado 09.07.2023, 11:32

1- O vinho no mundo

O vinho é uma bebida consumida pelo Homem há vários milhares de anos. A sua origem, historicamente, apresenta-se pouco precisa. Porém, sabe-se que a Geórgia terá sido, muito provavelmente, o local onde foi produzido pela primeira vez entre 8000 a.C. e 5000 a.C..

As estimativas mais recentes sugerem que, aproximadamente, 1 milhão de pessoas trabalha na indústria do vinho, distribuídas por cerca de 100.000 empresas vinícolas em todo o mundo.

O alcance da indústria do vinho é global, sendo que a Europa é o espaço onde há maior produção. Nos cinco primeiros países produtores de vinho do mundo incluem-se a Itália, a Espanha, a França, seguindo-se os Estados Unidos da América e a China. Argentina, Chile, Austrália e África do Sul são outros países que figuram na lista das 10 maiores nações produtoras de vinho. Portugal encontra-se na 11ª posição, atrás da Alemanha que encerra o top 10.

O consumo de vinho está a ser considerado uma experiência sensitiva e apreciada, na qual os consumidores são, frequentemente, desafiados a avaliar a qualidade do produto antes do consumo, considerando as inúmeras variáveis que influenciam o sabor, a qualidade e as propriedades do vinho, desde castas das uvas, tipo de solo, condições climatéricas e técnicas de enologia utilizadas. Este contexto faz com que a bebida seja, frequentemente, associada ao luxo, qualidade, experiência sensorial e, por vezes, até, à opulência, em particular num enquadramento de refeições requintadas.

Apesar do contexto de requinte, em muitos países europeus, o consumo de vinho é um evento diário, durante as refeições e até fora delas. É essa a razão principal, pela qual a lista de maiores países consumidores de vinho ser liderada por nações europeias. O nosso país, Portugal, lidera a lista de países com maior consumo de vinho per capita, seguido pela França e Suíça. Contudo, os Estados Unidos da América lideram a lista de consumo absoluto com mais de 33 milhões de hectolitros (quantidade superior de 4,4 mil milhões de garrafas).

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Em Portugal, em média, cada pessoa consome cerca de 52 litros de vinho por ano. No entanto, em consumo absoluto, os Portugueses não figuram na lista dos 10 maiores países consumidores. A título de curiosidade, caso os chineses tivessem um consumo per capita semelhante ao dos portugueses toda a produção de vinho mundial seria consumida por eles.

2- O mercado global

A existência de uma relação das vendas de vinho com o seu consumo seria lógica, isto é, os países onde existe maior consumo de vinho, deveriam ser aqueles onde os consumidores mais gastariam. Na indústria do vinho, esta correlação entre o consumo e vendas é forte, mas não é exata, considerando que algumas nações consomem menos, mas, em contrapartida, gastam mais.

Comparando a Alemanha com o Reino Unido, verifica-se que, em volume absoluto, os consumidores alemães bebem mais 57% de vinho do que os habitantes do Reino Unido. Contudo, estes últimos gastam mais de 39% do que os consumidores da Alemanha. A discrepância ocorre pelo facto do clima frio e húmido não permitir, ao Reino Unido, produzir grandes quantidades de vinho, ao contrário da Alemanha. Quase todo o vinho consumido pelos residentes no Reino Unido é importado, o que conduz a um aumento do seu custo.

No ano de 2020, o tamanho do mercado global de vinhos estava avaliado em mais de 339 mil milhões de dólares americanos, podendo atingir um valor superior a 456 mil milhões de dólares americanos, em 2028, apresentando, desta forma, uma Taxa de Crescimento Anual Composta de superior a 4%. Porém, esta taxa poderá superar os 5,5% numa perspetiva menos conservadora. Outras análises e previsões apontam para um valor entre a 690 e os 825 mil milhões de dólares americanos, em 2030.
 
Dentro do mercado do vinho, o segmento do vinho tinto apresenta uma Taxa de Crescimento Anual Composta prevista de 5%, atingindo um valor de mercado superior a 134 mil milhões de dólares americanos, em 2032, em comparação com os 82 mil milhões de dólares americanos de 2022.
 
Atualmente, a maior parte da receita da indústria vinícola é proveniente dos Estados Unidos da América, estimando-se que cada cidadão americano gaste um valor superior a 43 dólares americanos, durante o ano em curso.

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No segmento do vinho tinto, em 2022, os Estados Unidos da América e a Europa, em conjunto, detinham cerca de 72% da participação global no mercado deste tipo de vinho.

Por outro lado, estima-se que a receita do mercado de vinhos Rosé, até ao final deste ano, seja superior a 21 mil milhões de dólares americanos, na perspetiva de crescimento com uma Taxa de Crescimento Anual Composta de 7,90%. Relativamente ao vinho branco, a receita de mercado, neste segmento, deverá ultrapassar os 82 mil milhões de dólares americanos, em 2023, perspetivando-se uma Taxa de Crescimento Anual Composta superior a 5%, até 2027.

3- As oportunidades de investimento

O mercado do vinho, pelas suas características, perspetivas de crescimento e padrão de comportamento dos consumidores pode incluir oportunidades de investimento interessantes e capazes de, após uma análise profunda e cuidada, conduzirem a resultados satisfatórios a médio e longo prazo. Cabe ao investidor ajustar cada investimento ao seu perfil, objetivos e estratégia de investimento.

Resumidamente apresentam-se várias empresas inseridas neste mercado, as quais, pelas suas características, podem ser incluídas num portefólio de investimentos para todos os que pretendem exposição a esta indústria.

  • LVMH Moët Hennessy - Louis Vuitton, Société Européenne (EPA:LVMH) (MC.PA), empresa francesa com sede em Paris e fundada em 1923. Detentora de marcas como Moët & Chandon ou Dom Pérignon. O seu PE é superior a 30 e o seu EPS ultrapassa os 28. Distribui dividendos com um Dividend Yield de 1,34%. A margem de lucro supera os 17,7% e o ROA e ROE são superiores a 10% e 27%, respetivamente. PS e PB situam-se acima de 5,6 e 8, respetivamente.
  • Willamette Valley Vineyards, Inc. (NASDAQ:WVVI), empresa americana com sede no Oregon, fundada em 1983 e direcionada para comercialização de vinhos. O PS é superior a 0,75 e o PB encontra-se acima de 0,9. ROA e ROE são negativos, inferiores a -0,9% e -1,8%, respetivamente.
  • Vintage Wine Estates, Inc. (NASDAQ:VWE), empresa americana com sede no Nevada e fundada em 2019. PS e PB situam-se acima de 0,15e 0,2, respetivamente. ROA e ROE são negativos com valores abaixo de -5,3% e -51%, respetivamente.
  • Constellation Brands, Inc. (NYSE:STZ), empresa americana com sede em Nova York e fundada em em 1945. Distribui dividendos com Dividend Yield de 1,39% e o seu PS é superior a 5. Apresenta um PB acima de 5,4 e um ROA superior a 7%. O EPS é negativo de -1,48, assim como o ROE que se situa abaixo dos -2,9%.
  • Brown-Forman Corporation (NYSE:BFb), empresa americana fundada em 1870 da qual marcas como Gin Mare ou Jack Daniel’s fazem parte do seu portefólio. Apresenta um PE acima de 40 e um EPS superior a 1,6. Distribui dividendos com um Dividend Yield de 1,22%. ROA e ROE são superiores a 10% e 26%, respetivamente. A margem de lucro situa-se acima de 18,5%.
  • Crimson Wine Group, Ltd. (OTC:CWGL), empresa americana com sede na Califórnia e fundada em 1991. O PE é superior a 221 e o EPS encontra-se nos 0,03. PS e PB são superiores a 2 e 0,75, respetivamente. ROA e ROE ultrapassam os 0,30%, sendo a margem de lucro superior a 0,87%.
  • The Duckhorn Portfolio, Inc. (NYSE:NAPA), empresa americana com sede na Califórnia e fundada em 1976. O PS e o PB são superiores a 3,8 e 1,5, respetivamente. Apresenta uma margem de lucro acima de 14,9% e o ROA é superiores a 4,5% e o ROE ultrapassa os 6,3%. O EPS encontra-se acima de 0,4 e o PE posiciona-se acima de 25,8.
  • Treasury Wine Estates Limited (ASX:TWE), empresa australiana com sede em Melbourne e fundada em 1843. Distribui dividendos com um Dividend Yield de 3,29% e apresenta um PE acima de 23 e um EPS superior a 0,46. A margem de lucro supera ao 13,4% e ROA e ROE situam-se acima de 5,7% e 9%, respetivamente.
  • Diageo plc (NYSE:DEO), empresa com sede em Londres e fundada em 1886. É detentora de marcas como Johnnie Walker, Baileys, J&B, entre outras. Apresenta um PE superior a 21 e um EPS acima de 8. Distribui dividendos com um Dividend Yield de 2,10%. A margem de lucro ultrapassa os 21%. 
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4- Conclusão

Pelas suas características e significado, o vinho é uma bebida consumida a nível mundial em contexto social e gastronómico.

Sendo um mercado com grandes perspetivas de crescimento e tendo em consideração as previsões e comportamento dos consumidores, engloba empresas que, após uma correta análise e estudo profundo, podem apresentar-se como oportunidades de investimento a médio e longo prazo com resultados favoráveis. Cabe ao investidor levar a efeito a sua avaliação para que haja um correto enquadramento das mesmas ao seu perfil de investidor, estratégia e objetivo de investimento.

As ideias e as opiniões, acima descritas, refletem a minha linha de pensamento sobre estes veículos de investimentos. Assim, não devem as mesmas ser consideradas ou tidas como forma de aconselhamento financeiro.

Últimos comentários

Impressionante o número de empresas americanas no Top 10... não há dúvida que é o mercado a funcionar e a ditar. Parabéns Dr. Jorge Ribeiro pelo excelente artigo e válidas informações. Abraço amigo
Caro Frederico Burnay, muito obrigado pelo comentário. De facto ao escrever este artigo fiquei impressionado com estes resultados.
Interessante assunto para ser analisado! Parabéns pela abordagem e explicação.
Muito obrigado
Bom dia, Jorge Filipe Ribeiro! Apesar de não consumir vinho, consumir e investir são conceitos diferentes e um não impede o outro! :) Grande abraço e parabéns por mais um excelente artigo! Continuação de um ótimo dia.
Caro João, mais uma vez agradeço o comentário e aproveito para dar os parabéns pelo último vídeo NASDAQ 100.
A indústria do vinho, reconhece-se, desempenha um papel significativo no cenário econômico global e tem uma importância notável para o investimento em várias esferas. Várias são as razões que fazem da indústria do vinho uma área atraente para investidores e elas são bem mostradas pelo articulista, sendo, a principal e em minha opinião, as vendas de vinho mostrarem resiliência em momentos de crise econômica, tornando-a uma aposta relativamente segura para os investidores. O vinho, sendo de facto, um dos mais importantes elementos para os cruzamentos sociais, representa um peso cultural na vida dos países e que nenhuma dispensa. O facto de não contar para o cálculo do consumo de vinho per capita, deixa-me sossegado, porque, não será por isso que Portugal deixa de se manter no topo da alista dos países que o degustam. Parabéns, Jorge Filipe Ribeiro. Não dispenso a sua opinião.
Caro Domingos Oliveira, efetivamente, aquilo que refere é de facto a realidade. Realidade essa que, até eu próprio desconhecia, antes da pesquisa feita para este artigo. Muito obrigado pelo seu comentário.
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