A última semana mostrou estabilidade nas yields a 10 anos de França e Alemanha, mas uma subida nos EUA e na periferia da área do euro. Tal como era esperado pelo consenso, a taxa de variação homóloga do índice de preços no consumo nos EUA para março atingiu 2,1%. Este comportamento reflete um efeito de base favorável, mas também provavelmente um ambiente de maiores pressões inflacionistas, como é observado pelas taxas anualizadas para os últimos 3 meses (2,9%) e 6 meses (2,6%). As taxas breakeven estão novamente num movimento de subida, também resultado da valorização na cotação do petróleo.
Nos EUA, mas também na Zona Euro, a área da dívida de governos permanece suscetível a um ambiente mais favorável aos ativos de risco (num momento em que a época de resultados do 1º trimestre de 2018 poderá colocar-se no centro das atenções), notícias macro positivas ou de redução dos riscos geopolíticos (ou riscos relacionados com a política comercial).
O calendário económico da próxima semana contém dados económicos que poderão aumentar a visibilidade sobre o comportamento da economia dos EUA no 1º trimestre de 2018, com a divulgação da leitura de março para as vendas a retalho (dia 16) e da produção industrial (dia 17). Na Europa, teremos essencialmente indicadores de confiança: índice ZEW para o sentimento dos investidores (dia 17) e índice de sentimento da Comissão Europeia para a confiança dos consumidores (dia 20). A semana será também marcada pela divulgação dos dados do PIB na China para o 1º trimestre de 2018 (dia 17), o que poderá ser relevante, dado o atual contexto de receios sobre um menor ritmo de expansão por parte da economia mundial.
O calendário das agências de rating mostra-nos também eventos que poderão ser relevantes. A Moody's poderá hoje pronunciar-se sobre Espanha. A agência tem a Espanha em Baa2, uma notação idêntica à atribuída à Itália, o que contrasta com o A- de S&P e Fitch. Na próxima sexta-feira (dia 20), Portugal encontra-se no calendário de DBRS (BBBlow/Stable) e Moody's (Ba1/Positive). A Moody's é a única agência de rating que ainda mantém Portugal em junk, o que justifica a expectativa de uma revisão em alta. A curva portuguesa continua a negociar dentro da curva italiana, apesar de encontrar-se 1 ou 2 notches abaixo em termos de rating, traduzindo o bom desempenho económico / execução orçamental, assim como o menor risco político. A esse propósito, o Conselho de Ministros já aprovou o Programa de Estabilidade para o período 2018-2022, sendo debatido no Parlamento no próximo dia 24, contendo uma atualização das projeções económicas e da execução orçamental para o período, após o défice de 0,9% do PIB alcançado no ano passado, excluindo a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (saldo primário de 3% do PIB). Com as reuniões da primavera do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial a decorrerem entre 16 e 22 de março, é esperada a divulgação de uma atualização para o World Economic Outlook, incluindo das previsões para a economia portuguesa.
Para mais detalhes ver, por favor, o PDF em anexo.