Boa noite! Espero que se encontrem todos bem de saúde e aos demais níveis do quotidiano. Hoje irei falar sobre o fim de uma “era dourada” que dura desde a crise de 2008, em que houve intervenções massivas por parte dos Bancos Centrais ao redor do mundo.
De forma “substancial” durante e após a crise de 2008 os Bancos Centrais, e falando mais propriamente da Reserva Federal, injetou dinheiro no sistema financeiro sem limites “criado do nada”, e desde aí o mundo recorreu cada vez mais a dívida para “tapar buracos”. Daí que hoje, para termos ideia, o PIB mundial assenta em cerca de 96 triliões de dólares, mas “nós” devemos em torno de 235 triliões de dólares, isto é, um nível de endividamento em tornos dos 245%!!!
Em 2012, a mítica frase “Whatever it takes” proferida pelo então presidente do “BCE” Mario Draghi, só colocou mais lenha para a fogueira a nível mundial, e daí ao ponto de termos as taxas em território negativo foi um “passo”.
Em 2013, temos Shinzo Abe, com a sua política “Abenomics”, que assentava em 3 conceitos: estímulo fiscal, quantitative easing e reformas estruturais. E aqui se dava mais um capítulo da história de dinheiro “criado do nada” e injetado no sistema financeiro, em simultâneo, com políticas “ultra relaxantes”.
Estas situações no seu conjunto, desde a “Grande Crise Financeira de 2008”, criaram aquilo que parecia um “mundo encantado” e que ninguém iria sofrer represálias, na verdade, só que não, e o mesmo se está a ver hoje. Em 2019, precisamente antes da “Covid 19” o FMI (Fundo Monetário Internacional) já avisava haver que cortar na dívida até então, e agora? Se na altura era preciso cortar, agora não é preciso, é obrigatório e urgente!!!
E os Bancos Centrais, aqueles que foram “nossos amigos” desde 2008, e deprimiram as rentabilidades das “Obrigações” para ganharmos no mercado de renda variável, pois, se existe mais procura no mercado de obrigações, o preço dessa mesma obrigação irá subir, e, por outro lado, a rentabilidade dessas mesmas obrigações roçava o “0” e a mesmo chegando a rentabilidades negativas em algumas zonas do globo. Chegou a haver cerca de 18 triliões de dólares em obrigações com rentabilidades negativas, claro que um dia esta “brincadeira” iria acabar!
Neste tipo de cenário em que tudo subia, todos os gestores ganhavam dinheiro “independentemente” do setor a que alocassem o capital (dinheiro), havendo assim uma desvalorização do trabalho/mérito dos gestores (macro) de modo geral. Neste tipo de dificuldades para a renda variável, é que se vai ver quem realmente consegue andar sozinho, o mesmo que dizer, sem o apoio dos Bancos Centrais.
Obrigado! Entretanto, se não voltar a escrever mais nenhum artigo antes do Natal, desejo a todos uma ótima época festiva e que corra tudo pelo melhor. Abraço a todos!