Boa tarde! Espero que se encontrem todos bem de saúde e aos demais níveis da vossa vida! Hoje será o penúltimo capítulo deste conjunto de artigos que vos tenho trazido sobre este tema! Hoje o capítulo irá incidir numa espécie de “Stop Loss” dos Bancos Centrais, neste caso o Banco Central do Japão!
Kazuo Ueda terá uma “missão espinhosa” a espera no Banco Central do Japão! Dizer um “BASTA” a expansão do balanço patrimonial da entidade pode ser muito complicado, mas, em simultâneo, é muito necessário! Por exemplo, em meados do ano de 2022, o BCE criou um instrumento de política monetária não convencional “TPI”. Em que consiste o “TPI”? O TPI consiste em fazer compras no mercado secundário de títulos emitidos em países com dificuldades nas condições de financiamento. O BCE criou este instrumento devido às preocupações com a fragmentação da transmissão da política monetária, isto é, o resultado das diferentes “qualidades de crédito” entre os vários Estados-Membros!
No caso do Japão, o mesmo não corre o risco de fragmentação pelas razões óbvias, e a “promessa” de compra de títulos no mercado secundário não é de todo o método ideal para sair da “YCC”. Mas que tal uma espécie de “Stop Loss”?
É sabido que os Bancos Centrais ao redor do mundo têm várias ferramentas de política monetária não convencional à sua disposição e o “Stop Loss” não é diferente, pois, é mais um instrumento que pode ajudar a acrescentar valor!
“Stop Loss” e “YCC”
Esta espécie de “Stop Loss” seria uma “promessa” ao mercado, a dizer que compramos títulos caso o mercado “fique de pernas para o ar”, sem qualquer preço/quantidade fixado! Esta espécie de “Stop Loss” seria ligeiramente diferente do “YCC”, pois, o Banco Central Japonês não estaria “esperando” nenhum nível de rendimento específico, daí que, podemos dizer que “seria dar largas a imaginação” e não existe plano traçado de véspera. Só o simples facto de o Banco Central do Japão dizer que “promete” comprar títulos caso algo corra mal, mantém investidores/especuladores/aforradores em alerta, e como o ser humano é um ser emocional, até que pode resultar, apesar de que, a credibilidade dos bancos centrais atualmente estarem nas “ruas da amargura”, pois, sempre que há problema injetam liquidez no sistema, há que mudar o mindset de quem vê as políticas monetárias de fora.
A título de exemplo, voltemos ao BCE, até ao dia hoje, o BCE ainda não utilizou o programa “TPI” para adquirir qualquer título, após um ano da implementação do programa “TPI”, mesmo subindo a de juro diretora em cerca de 350 pontos-(base).
A suposta “promessa” de que o BCE, numa situação de aflição para o mercado, vai fazer compras ao mercado secundário, deverá dar uma sensação de segurança, para assim “garantir” que a intervenção não seja necessária! O BCE com esta medida “comprou tempo para pensar e espaço para respirar”!
Obrigado!