O ano de 2022 não foi um ano positivo para ações e obrigações e consequentemente para a maioria dos investimentos em mercados financeiros. Devemos reforçar num investimento com menos-valias potenciais? Neste artigo procuramos uma resposta.
Os altos e baixos dos mercados
Apesar de em Portugal o investimento nos mercados financeiros por parte de investidores particulares ainda não estar generalizado como noutros países (por exemplo nos EUA), este tem vindo a ganhar mais popularidade, já que se reveste de enormes potencialidades.
Habituados às baixas rentabilidades oferecidas pelos tradicionais produtos de poupança como os depósitos a prazo, certificados de aforro e produtos de capital garantido, os portugueses têm vindo a procurar alternativas para fazer crescer as suas poupanças de forma visível.
O investimento nos mercados financeiros de forma global e diversificada, tem permitido historicamente obter retornos bastante interessantes e acima de outras soluções de investimento como as referidas acima. No entanto, o caminho de valorização não tem sido isento de altos e baixos. Se é verdade que o mercado acionista tem permitido nos últimos anos retornos maiores, também é verdade que tem havido períodos esporádicos de desvalorizações.
Na verdade, este caminho mais sinuoso é uma caraterística dos mercados financeiros, verificada desde a sua criação. Estes altos e baixos acompanham os ciclos económicos e são também o que permite, frequentemente o surgimento de oportunidades.
Figura 1: Períodos de subida (bull markets) e descida (bear markets) nos mercados financeiros ao longo dos anos ilustrados pelo índice S&P 500. Atualizado a 13 Jun. 2022. Fonte: rbcgam.com
A figura 1 demonstra como os períodos de valorização suplantam em muito os períodos negativos nos mercados e podem mesmo constituir oportunidades de investimento devido às prolongadas valorizações que habitualmente se seguem.
A melhor estratégia de investimento
A estratégia de investimento com maior possibilidade de sucesso para o investidor particular é procurar uma exposição abrangente e diversificada aos mercados financeiros e adotar um horizonte de investimento longo. As alternativas que fujam a esta simples abordagem podem introduzir dificuldades adicionais.
Para investir de forma mais focada, escolhendo em que ações específicas investir ou procurar um horizonte de investimento mais curto, é exigido um conhecimento e dedicação que são característicos de gestores profissionais, mais difíceis de encontrar no investidor particular comum.
Olhar a longo prazo deve tornar-se assim uma prioridade para evitar que o investidor tome decisões precipitadas com base no ruído do presente. Naturalmente este foco é mais fácil de manter em períodos de valorização, já que em alturas de desvalorização tendemos a questionar demasiado a nossa estratégia e a ponderar alterações. No entanto é precisamente nestas alturas que devemos ter o máximo de ponderação nas decisões de investimento tomadas.
Faz sentido reforçar um PPR negativo este ano?
Se o seu horizonte de investimento é longo e investe nos mercados financeiros de forma diversificada (como acontece ao investir num fundo PPR) de forma recorrente, então deve provavelmente manter a sua estratégia de investimento.
A história demonstra que uma rotina de poupança e investimento ao longo do tempo proporciona tendencialmente um maior retorno do que tentar escolher os melhores momentos para investir. É aliás nos períodos de desvalorização, que muitas vezes surgem as melhores oportunidades de investimento. Estas alturas propiciam o surgimento de “oportunidades” em ações e obrigações permitindo a sua aquisição a preços mais baixos do que o habitual.
Figura 2: Retorno do índice S&P 500 no ano seguinte a uma desvalorização. No eixo do X a desvalorização ocorrida num ano, no Y a valorização do ano seguinte. Fonte: rbcgam.com
Mesmo que atualmente o seu investimento esteja negativo, ao reforçar o mesmo faz com que o valor médio de aquisição das unidades de participação (U.P.) desça. Uma forma de realizar estes reforços periódicos é através do débito direto, que proporciona uma forma eficaz de aplicar as suas poupanças e investir de forma constante.
No caso específico do investimento em fundos PPR, o benefício fiscal que estes podem proporcionar constitui uma razão adicional para não abdicar do mesmo. Mesmo que o seu PPR esteja desvalorizado, poderá usufruir de até 20% do valor do seu investimento no próximo IRS. No futuro poderá juntar a este retorno imediato, uma valorização do seu investimento, quando suceder uma recuperação dos mercados.
Não deixe para o último dia arriscando-se a perder a oportunidade de aproveitar o benefício fiscal no próximo IRS. Subscreva já!