O ambiente risk-off observado nos mercados de ações continuou a revelar-se um importante suporte para o movimento de descida nas yields de obrigações de governos na Europa e nos EUA. Por exemplo, a yield da obrigação alemã com maturidade em fevereiro de 2018, depois de atingir 0,76% no início de fevereiro, apresenta um valor já abaixo de 0,50%, no momento em que escrevemos.
A postura cautelosa do Banco Central Europeu (reforçada pelos comentários de vários membros do seu Conselho de Governadores ao longo da última semana), e a continuação do enfraquecimento nos indicadores de sentimento da região (como foi visível esta terça-feira com a leitura de março do índice ESI da Comissão Europeia) também contribuíram para o prolongamento do movimento de descida nas yields.
Os forwards incorporam cerca de 10 pontos de base de subida nas taxas de juro por parte do Banco Central Europeu em junho de 2019 e menos de 30 pontos de base no final do próximo ano (assumindo o final do período de compras líquidas do programa APP em dezembro de 2018, depois de um tapering no 4º trimestre de 2018).
Se é verdade que estas expectativas parecem enquadrar-se bem na cautela que o Banco Central Europeu voltou a mostrar na reunião de março (o próprio presidente do Bundesbank voltou esta semana a referir que poderia ser apropriado uma subida de taxas em meados de 2019), será provavelmente necessária uma maior deterioração nas perspetivas económicas de modo a justificar que sejam incorporadas expectativas ainda mais conservadoras no que se refere à evolução das taxas de juro na região.
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