Os preços do petróleo estão a subir nas principais bolsas, depois de dados económicos positivos da China terem alimentado as expectativas de um aumento da procura por parte da segunda maior economia do mundo.
A produção industrial e as vendas a retalho da China cresceram mais do que o esperado em agosto, de acordo com os últimos dados, sugerindo que a segunda maior economia do mundo está a começar a estabilizar.
A referência mundial dos futuros do petróleo Brent subiu 65 cêntimos, ou 0,7%, para 94,35 dólares por barril, enquanto o petróleo americano West Texas Intermediate (WTI) subiu 67 cêntimos, também 0,7%, para 90,83 dólares por barril.
Ambos estão ao nível mais elevado deste ano, o que representa um aumento de cerca de 4% em relação à semana passada.
Os chamados futuros são um forte indicador das expectativas dos investidores sobre o mercado, sinalizando geralmente o que estão dispostos a pagar por mês por um barril de petróleo.
Anteriormente, as preocupações com a oferta fizeram subir os preços, uma vez que os principais produtores de petróleo, a Rússia e a Arábia Saudita, anunciaram na semana passada que manterão a sua oferta reduzida até ao final do ano.
Seguiu-se o relatório da Agência Internacional de Energia, publicado no início desta semana, que afirma que o prolongamento dos cortes na produção de petróleo resultará num défice do mercado nos últimos três meses de 2023.
As recentes inundações catastróficas na Líbia suscitaram preocupações de que o país da OPEP, um dos principais fornecedores da Europa, não possa fornecer o seu milhão de barris de petróleo por dia.
A volatilidade é a única certeza na Europa
Na Europa, a única certeza é que nada é certo; os analistas preveem volatilidade no mercado, principalmente devido a uma perspetiva mista.
O aumento dos preços do petróleo tem um impacto direto nos preços do gás natural. Enquanto em todo o mundo os preços do gás natural e da gasolina registam um ligeiro aumento a par dos preços do petróleo, o preço de referência do gás natural na Europa, a Dutch TTF, desceu mais de 2,5% esta sexta-feira.
Isto indica que o mercado europeu está a ser dominado principalmente por uma perspetiva económica sombria, liderada pela economia vacilante da Alemanha, e que a procura no continente é baixa.
No entanto, com a incerteza relativa às greves dos trabalhadores nas instalações de gás natural liquefeito (GNL) da Chevron (NYSE:CVX), na Austrália, um aumento dos preços poderá ser um cenário para a Europa.
Uma das maiores agências de notação de crédito, a Fitch Ratings, prevê uma subida temporária dos preços europeus. As instalações da Chevron na Austrália fornecem cerca de 7% do abastecimento mundial de GNL. Vendem principalmente nos mercados asiáticos.
Prevê-se que as greves se prolonguem e prolonguem o tempo de ausência desta oferta no mercado. Assim, os compradores asiáticos poderão recorrer a outros fornecedores de GNL, em concorrência com a Europa, enquanto durarem as greves, o que, por sua vez, fará subir os preços.
Por outro lado, há também a expetativa de que este ano a Europa tenha um início de inverno mais ameno, o que poderá atrasar a procura de aquecimento. Além disso, as reservas de gás natural estão aproximadamente a 94% na Europa.