Por Goncalo Almeida
LISBOA, 5 Set (Reuters) - O Governo de Portugal tem como objetivo duplicar o peso da economia azul do mar até 2020, aumentando para 5 pct o valor acrescentado bruto, face aos 3,1 pct registados em 2013, disse José Apolinário, secretário de Estado das pescas, numa conferência em Coimbra.
"O aumento do valor acrescentado bruto para 5 pct significa ter um aumento de mais sete mil milhões de euros de contributo da economia azul para a economia do país", disse o secretário de Estado.
Acrescentou ainda que, no plano de competitividade portuária, a estratégia do Governo engloba um investimento de 2.500 milhões de euros nos portos até 2026, que servirá para aumentar em 200 pct o movimento de contentores e 80 pct na carga total.
Entre os objetivos do Governo na área do mar até 2020 está ainda o objetivo de atingir 20 mil toneladas de produção no sector da aquacultura, "quer em águas de transição, quer também com o contributo offshore".
O secretário de Estado das pescas referiu também que dos 508 milhões de euros disponíveis no Programa Operacional do Mar 2020 estão já comprometidos 60 pct, dos quais 11 pct, o equivalente a 24 milhões de euros de apoio público, foram dirigidos para a inovação e transferência de conhecimento.
"Esta componente da inovação e de transferência do conhecimento é muito importante porque nós, na área do mar, temos defendido que um ponto central do crescimento da economia azul é o conhecimento, que é estratégico para o seu crescimento", concluiu.
O conceito de economia azul incita mudanças estruturais na economia com foco principal na preservação e sustentabilidade dos ecossistemas.
Um estudo feito pelo Credit Suisse revelou que a maior parte dos investidores querem expandir o conhecimento sobre o investimento sustável, mais do que qualquer outro assunto, como a alocação de classe de ativos, impostos e efeito composição.
Segundo o World Wildlife Fund (WWF), a extração de recursos marítimos tem um valor de 6.900 milhões de dólares e mais de 90 pct do comércio internacional é transportado pelo mar mas, no entanto, 75 pct dos recursos piscatórios estão a cair e, todos os anos, oito milhões de toneladas de plástico é deitada ao oceano. (Por Gonçalo Almeida Editado por Catarina Demony)