LISBOA, 16 Ago (Reuters) - Os novos contratos de crédito ao consumo em Portugal tiveram um crescimento homólogo de 17,2 pct para 486 milhões de euros (ME) em Junho de 2016, suportado no forte aumento do crédito pessoal, segundo dados do Banco de Portugal (BP).
Realça que o crédito pessoal destinado à Educação, Saúde, Energias Renováveis e Locação Financeira de Equipamentos teve um disparo homólogo de 72,3 pct para 3,07 ME, contudo, quando comparado com o mês anterior caiu 2,2 pct.
No entanto, foi a rúbrica de outros créditos pessoais sem finalidade específica aquela que teve um maior peso, tendo em Junho último ascendido a 202 ME, a que corresponde uma subida homóloga de 14 pct.
No caso do crédito automóvel, o valor dos empréstimos para viaturas novas, com reserva de propriedade e outros, escalou 39,4 pct, em termos homólogos, para 47,4 ME, enquanto na mesma modalidade, mas para automóveis usados, a subida foi de 36,9 pct para 110,2 ME.
O crédito para compra de automóveis usados em locação ou ALD subiu 2,8 pct para 6,2 ME, mas para viaturas novas caiu 18,8 pct para 26 ME.
O banco central realça ainda que o crédito via cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto aumentou 9,4 pct, em termos homólogos, para 90,7 ME.
Estes valores são obtidos a partir de informação que as instituições de crédito reportam ao BP.
O número de novos contratos de crédito ao consumo em Portugal aumentou 4,6 pct em Junho de 2016, face ao período homólogo de 2015, mas quando comparado com o mês anterior, houve uma queda de 2,7 pct.
Este disparo do crédito ao consumo acompanha a retoma económica do país, encetada em 2014 com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,9 pct, depois de três anos de dura recessão durante o resgate internacional, com a expansão a acelerar para 1,5 pct em 2015.
O actual Governo socialista deu prioridade este ano ao relançamento do crescimento económico assente no aumento de rendimento das famílias e no apoio ao investimento das empresas.
O Executivo prevê uma expansão de 1,8 pct do PIB em 2016, estimando que o consumo privado cresça 2,4 pct, face aos 2,6 pct do ano passado.
No entanto, o OE trouxe um agravamento em 50 pct do Imposto do Selo sobre o crédito ao consumo, dados os elevados níveis de endividamento das famílias portuguesas, e uma subida do Imposto sobre Veículos e do Imposto sobre Produtos Petrolíferos. (Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)