LISBOA, 12 Ago (Reuters) - A economia de Portugal teve um crescimento em cadeia de 0,2 pct no segundo trimestre de 2016, o mesmo que nos três meses anteriores, liderado pelas exportações líquidas, enquanto a procura interna acabou um contributo nulo, segundo o INE.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) referiu, numa estimativa rápida, que o Produto Interno Bruto (PIB) português cresceu 0,8 pct entre Abril e Junho de 2016, comparando com o
período homólogo de 2015. Entre Janeiro e Março de 2016, o PIB de Portugal cresceu 0,9 pct face há um ano atrás. "A procura externa líquida contribuiu positivamente,
enquanto a procura interna registou um contributo nulo", disse o INE, acerca do crescimento em cadeia no segundo trimestre contra o primeiro trimestre.
Adiantou que, em termos homólogos, "o contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu significativamente, observando-se um crescimento menos intenso do consumo privado e uma redução mais expressiva do investimento". "A procura externa líquida passou a ter um contributo ligeiramente positivo, refletindo a desaceleração mais acentuada das Importações de Bens e Serviços em comparação com a das Exportações de Bens e Serviços", destacou.
No Orçamento de Estado, o Governo português estimou que o PIB de Portugal crescesse 1,8 pct em 2016, face a 1,5 pct em 2015, mas o Ministro das Finanças, Mário Centeno, tem realçado que pode cortar esta estimativa devido à expectativa de degradação da envolvente externa após o 'Brexit'.
Esta previsão governamental tem sido contrariada por organismos externos e nacionais, prevendo o Fundo Monetário
Internacional (FMI) que a economia portuguesa cresça apenas 1 pct em 2016.
O Governo socialista, apoiado pelo Bloco de Esquerda (BE) e Partido Comunista Português (PCP), tem seguido uma política anti-austeridade e de devolução de rendimento às famílias para sustentar o consumo privado.
Esta manhã, os dados do PIB da Alemanha mostraram que o motor da Europa mantém alguma força, com um crescimento homólogo de 3,1 pct no segundo trimestre, mais do dobro do estimado na Poll da Reuters, após um aumento ajustado sazonalmente de 0,4 pct em relação ao trimestre anterior.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)